BLOCKCHAIN: uma inovação para economia muito além do Bitcoin

Lançado em 2009 por “Satoshi Nakamoto” – pseudônimo escolhido pelo criador ou criadores -, o Bitcoin tornou-se a moeda virtual mais emblemática do mundo nos últimos anos. O impacto das criptomoedas no mercado financeiro, e na indústria em geral, transformou o ativo digital em um motor propulsor para o desenvolvimento de uma série de tecnologias que estão promovendo a inovação nos mais diversos setores da economia, como o Blockchain.

Blockchain

Foto: Harvard Business Review

O Bitcoin, que sofreu uma forte desvalorização e volatilidade nos últimos meses, está emergindo, no entanto, como a criptomoeda com o maior suporte global. O ativo já consegue cumprir plenamente o objetivo funcional de evitar a mediação de bancos, empresas ou entidades reguladoras, para realizar uma transação, incentivando o uso universal deste tipo de moedas e das contas virtuais.

Em termos gerais, as criptomoedas precisam de um nível máximo de segurança para realizar transações e alcançar o objetivo de eliminar a intermediação de terceiros. Portanto, entre outras tecnologias, as moedas digitais precisam de criptografia de alta confiabilidade e um registro da validação das transações. Como o dinheiro não existe de forma física, as transações são realizadas à partir dos protocolos de uma rede P2P (Peer-to-Peer), que funciona em contato direto com os usuários.

O Blockchain, ou cadeia de blocos, é a estrutura de dados central na qual operam as moedas virtuais, e que possibilita o cumprimento das condições necessárias para o funcionamento. As movimentações financeiras exigem um registro e validação, que é precisamente o que a tecnologia viabiliza, permitindo aos usuários ter essa espécie de “livro de contabilidade” virtual, onde cada operação fica gravada. Assim, o sistema pode ser encarado como um banco de dados seguro que permite que os registros (ou blocos) das transações sejam realizados de forma confiável e que, ao mesmo tempo, sejam validados por outros nós (usuários).

O sistema opera da seguinte maneira: quando uma operação é realizada, como uma transferência de fundos em moeda virtual, a movimentação é colocada em conjunto com outras que estão sendo feitas no mesmo momento, que então são apresentadas como um bloco para que os nós conectados possam aprovar e adicionar à cadeia. Isso deixa um registro válido, inalterável e transparente desta operação e das outras registradas no mesmo bloco.

Ao permitir uma contabilidade aberta, onde todos os nós têm acesso à mesma informação enquanto uma transação é realizada, o Blockchain foi consolidado devido às qualidades de segurança e validação. As tecnologias associadas a este sistema não são totalmente novas, mas ao serem integradas conseguem permitir o estabelecimento de movimentações confiáveis ​​entre usuários sem a intermediação de terceiros, que é o que acontece tradicionalmente. Agora, cada operação fica imediatamente registrada e “selada” em cada um dos nós que compõem a rede, o que impede alterações nos dados, um elemento decisivo no mundo financeiro.

Porém, o Blockchain apresenta a possibilidade de realizar mais aplicações do que aquelas estritamente relacionadas a moedas virtuais ou FinTech (empresas de financiamento emergentes baseadas em tecnologia). No contexto da digitalização, há um aumento natural na diversidade de transações online, cada uma com consequentes requisitos de segurança, privacidade e validação.

Para o Gartner, o Blockchain faz parte das quatro principais tecnologias que, juntas, serão responsáveis por um aumento de 45% nos gastos de TI em todo o mundo em 2018. Inteligência Artificial, Big Data e a Internet das Coisas (IoT) fecham o grupo.

Algumas iniciativas já buscam aproveitar o Blockchain e estão abrindo portas para expandir o campo de ação. A tecnologia pode ser usada para armazenar, registrar e verificar dados que precisam ser consultados remotamente por empresas, para realizar transações relacionadas ao gerenciamento de identidades pessoais e até mesmo em sistemas automatizados de segurança.

 


Texto por Pablo Dubois, Gerente de Produtos de Segurança da CenturyLink para a América Latina

Deixe seu comentário

comentários