2017: o ano decisivo para as cidades inteligentes

Amilto Francisquevis

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O mercado de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) na América Latina deve ter investimentos de US$ 274 bilhões em 2017.

A previsão é da IDC, que realiza análises de mercado, e representa 3,9% de crescimento comparado com o ano passado. No Brasil, a IDC prevê retomada de projetos a partir de agora e aumento de cerca de 2,5% no mercado local. Com um cenário mais previsível economicamente, não haveria mais espaço para postergar projetos de inovação.

E o processo de transformação digital deve também ser um caminho sem volta para as prefeituras em 2017. Empresas de telecomunicações já anunciaram que trabalham num pacotes de projetos com a promessa de, ao mesmo tempo, gerar economia para os governos e melhorar a vida da população.

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Uma projeção da consultoria internacional McKinsey & Company aponta que as cidades inteligentes movimentarão um mercado global de soluções tecnológicas que se aproxima de US$ 2 trilhões até a próxima década.

A eficiência nas operações pode ser o turning point para as prefeituras com caixas mais apertados. O uso estratégico das TIC vai trazer benefícios e, o que é melhor, mais economia.

As tecnologias podem representar uma verdadeira transformação na gestão pública. Mas isso vai muito além do WiFi gratuito. Ainda de acordo com a IDC, o mercado de Business Analytics Software, por exemplo, crescerá 4,8% em 2017, movimentando US$ 848 milhões no Brasil. São decisões mais rápidas e assertivas baseadas nas capacidades analíticas trazidas pelas Tecnologias da Informação e Comunicação.

Mas é importante não menosprezar as informações não estruturadas, trazidas pelas redes sociais das prefeituras e pelas interações diretas com a população. A estimativa da IDC é que a tecnologia Cognitive/AI, ainda em fase inicial mesmo na iniciativa privada, deva ter investimentos cinco vezes maiores nos próximos três anos, para atendimento ao cliente ou ao cidadão, no caso dos serviços públicos, com respostas automatizadas e chatbots.

Outro instrumento que pode ganhar força nas cidades inteligentes é a Internet das Coisas (IoT). A previsão da IDC é que o ecossistema de IoT no Brasil dobre de tamanho até o final da década, superando US$ 13 bilhões.

E as possibilidades de aproveitamento da tecnologia nas prefeituras são inúmeras, como sensores em lixeiras, que podem otimizar a coleta de lixo, ou nos ônibus do transporte público, para descobrir quais apresentam problemas mecânicos ou se estão cumprindo os horários.

Sabendo de tudo isso, fica claro que as TIC permitem dar respostas às necessidades dos cidadãos sem desperdício dos recursos públicos. É o desenvolvimento econômico caminhando lado a lado com a melhoria da qualidade de vida da população. E 2017 será um terreno fértil para cidades cada vez mais criativas e inteligentes.

Amilto Francisquevis é assessor de Mercado do Instituto das Cidades Inteligentes.

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