Economia colaborativa: a verdadeira riqueza está em compartilhar

Em outras palavras: em vez de acumular riqueza, é necessário compartilhar emoções. A economia colaborativa veio para ser a revolução e mudar como o mercado age.
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Por Celso Misaki, CEO da Localchef

Pedir um “motorista particular” pelo aplicativo do smartphone, assistir filmes via streaming em qualquer tela com acesso à Internet ou encomendar comida caseira de qualidade pela web são alguns dos hábitos recém-adquiridos pelos brasileiros. As três iniciativas são sinais do crescimento da economia colaborativa no país, conceito que reformula negócios e contribui com a melhoria na qualidade de vida da população. O surgimento deste modelo desafia empresas e profissionais, que precisam aprender a compartilhar experiências com os clientes, ao invés de pensar apenas nos próprios lucros.

A economia colaborativa está em alta em todo o mundo, principalmente no Brasil. O país corresponde a 32% das iniciativas da América Latina, de acordo com relatório da IE Business School. Ou seja, três em cada dez serviços da região são fomentados por aqui. Além disso, o estudo ainda mostra que os empreendedores colaborativos são movidos, principalmente, por um desejo de criar novas formas econômicas, com 69% das respostas, e para melhorar a vida das pessoas, com 53%.

Era da economia colaborativa

Compartilhar serviços e produtos em prol de um benefício comum para as partes envolvidas, entretanto, não é novo: o primeiro tipo de comércio na sociedade consistia justamente na troca entre mercadorias conforme surgisse a necessidade. Porém, a era digital em que vivemos hoje não só facilita a renovação  desta ideia como também amplia as possibilidades – ao mesmo tempo em que coloca em xeque antigos valores e métodos do sistema que reinou nas principais empresas globais nos últimos séculos.

Isso não quer dizer que as startups desenvolvidas no embalo da economia colaborativa não pensem em seus lucros. Afinal, sem boas receitas é impossível manter um negócio saudável por muito tempo. No fundo, o que mudou é a própria relação entre os consumidores e as marcas, agora focada mais no lado social do que no puramente econômico. Acima do preço ou da qualidade isoladamente, as pessoas valorizam e buscam também experiências e comodidades que cada organização pode oferecer. Não basta vender só o produto; é preciso ir além e entregar uma experiência completa, com mais sentido ao cliente.

Em alta e cada vez mais forte, é ainda precipitado tentar apontar os impactos da economia colaborativa em todo o mundo. Porém, é certo dizer que o capitalismo – e as próprias nações – jamais serão as mesmas. Em uma sociedade em que as injustiças são denunciadas cada vez mais nas redes sociais e os cidadãos se veem livres de intermediários em diferentes áreas de atuação, não há mais espaço para empresas com visão limitada, que buscam apenas o seu próprio sucesso. Em outras palavras: em vez de acumular riqueza, é necessário compartilhar emoções.

Este artigo foi publicada originalmente na CIO.

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