O que mudará no ecossistema de startups nos próximos anos no Brasil?

Criar uma startup no Brasil cinco anos atrás era uma verdadeiro desafio. Para começar, poucos entendiam o que significava o termo “startup”.

Mas o que ter ecossistema de startups significa na prática? Primeiramente, nossa infraestrutura evoluiu muito / Foto via Virtual Hunt

Mesmo os primeiros entusiastas também sofriam para divulgar seu negócio, conquistar os primeiros clientes, captar investimento, aprender mais sobre inovação e outras tarefas essenciais para qualquer empreendedor. Tudo isso demandava tempo e dinheiro, dois elementos que são escassos no ciclo de qualquer startup. Quem sobreviveu àquela época, hoje provavelmente é grande referência em seu setor de atuação.

Anos depois, a tecnologia avançou, novas oportunidades surgiram e o ambiente é muito mais propício para a fundação de novos empreendimentos. Não estou dizendo que ser empreendedor agora é fácil, mas te garanto que é menos complicado do que já foi no passado. Isso se explica porque hoje, em 2017, o Brasil possui um ecossistema de startups muito mais maduro.

Veja também: 7 dicas valiosas para quem quer lançar uma startup em 2017

Mas o que ter ecossistema de startups significa na prática? Primeiramente, nossa infraestrutura evoluiu muito.

Temos inúmeras aceleradoras, fundos de investimentos, organizações de apoio ao empreendedorismo e diversos serviços personalizados para atender startups (como assessoria jurídica ou de comunicação, por exemplo).

No entanto, um dos maiores benefícios do ecossistema de startups em 2017 é o excesso de informações. Ao contrário dos primeiros anos da década, hoje temos muito mais empreendedores no país, o que proporciona um compartilhamento de conhecimento que é extremamente rico. Temos ainda universidades com cursos e metodologias voltadas às startups e diversos eventos com conteúdo qualificado.

Para fomentar essa troca de ideias entre diferentes agentes do mercado, formam-se ecossistema de startups regionais dentro do Brasil, como exemplo, temos o Sururu Valley (em Alagoas), San Pedro Valley (em Minas Gerais), StartupSC (em Santa Catarina), entre outros ecossistemas.

Essa união é fundamental para todos que estão inseridos nessas comunidades. Elas dão a oportunidade de debater sobre temas em comuns, aprender ou ensinar algo e possivelmente até fechar negócios e conquistar um investimento. Um empreendedor nunca alcança o sucesso sozinho, por isso é muito importante ter essa proatividade para fazer novos relacionamentos e trocar informações.

De acordo com os dados da ABStartups, estados como São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Pernambuco se destacam com um grande número de empreendimentos inovadores. Não é coincidência que essas regiões possuem um ecossistema fortalecido, com muito compartilhamento de ideias. Nossa expectativa é que comunidades como essas se espalhem por todo Brasil ao longo dos próximos anos.

Rafael Ribeiro é diretor executivo da ABStartups. Formado em ciências da computação e com especialização em marketing, Rafael foi co-fundador da Weblinia e da Monster Joy.

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