Fenabrave espera grave queda nas vendas de carros ainda em 2016

As vendas de veículos seguem em patamares decepcionantes. Diante do resultado fraco de setembro, quando os emplacamentos encolheram 13% na comparação com agosto, para 159,9 mil unidades, a Fenabrave decidiu reduzir a expectativa para 2016.

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A entidade dos distribuidores apontou na quarta-feira, 5, que a tendência é de queda de 19,8%% sobre o resultado do ano passado, para 2,06 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

Alarico Assumpção Jr., presidente da organização, aponta que a mudança de expectativa foi causada por uma questão pontual: a quebra no ritmo de produção da Volkswagen, que interrompeu a operação em suas fábricas brasileiras por mais de um mês por falta de fornecimento de alguns componentes. A situação derrubou ainda mais o patamar de vendas, já que as concessionárias da marca ficaram desabastecidas.

A última revisão das expectativas foi feita no começo de agosto. Na época, sem a questão com a Volkswagen, a Fenabrave tinha visão menos pessimista, de que o mercado brasileiro cairia 18,2% para 2,09 milhões de unidades. Na nova expectativa, as vendas de automóveis e comerciais leves devem somar 1,99 milhão de unidades, com redução de 19,5%. No segmento de pesados, a contração tende a alcançar 27,3%, também maior do que a prevista até então, para 66,9 mil caminhões e ônibus. “A falta de carga para transportar tem um impacto tão grande nas vendas quanto a falta de financiamento”, destaca Assumpção Jr.

Recuperação só em 2017

Mesmo com a queda mais profunda prevista para este ano, a Fenabrave destaca que o patamar de vendas está melhorando. “Em uma comparação entre o volume de cada trimestre, há aumento claro. No último trimestre isso tende a se intensificar”, avalia Tereza Maria Dias, da MB Associados, consultoria econômica da Fenabrave. A economista aponta, no entanto, que os indicadores só ficarão positivos em 2017, quando o mercado deve ter leve crescimento na comparação com este ano.

Entre os fatores favoráveis a esta teoria, ela destaca a expectativa de aumento de 2% no PIB, a tendência de redução da inflação e da taxa básica de juros. “O grau de confiança na economia também começa a melhorar de forma significativa”, diz. A conjuntura deve refletir primeiro nas vendas de caminhões e ônibus. “O último segmento a se recuperar vai ser o de veículos leves”, projeta Assumpção Jr. Segundo o presidente da Fenabrave é justamente a venda de automóveis a mais impactada pelo aumento do desemprego, curva que pode demorar mais alguns meses para se reverter.

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