O que os algoritmos e os assistentes virtuais dizem sobre o futuro do marketing?

Por Fernando Tassinari

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Todos nós tomamos uma série de decisões ao longo de um dia, das mais simples às complexas, misturando aspectos profissionais e pessoais. Telefonar para um cliente para discutir um determinado assunto, chamar um táxi ou o Uber, marcar reuniões com a equipe, decidir que filme assistir no sábado à noite ou encomendar uma pizza.

Agora, imagine que você possa contar com um assistente virtual para realizar boa parte dessas tarefas. Claro, não seria prudente mandar uma máquina conversar com seu cliente no seu lugar, mas por que não delegar à tecnologia, por exemplo, toda a organização das suas próximas férias, como reserva de voo pelo melhor preço e a escolha do hotel mais adequado?

Esse futuro não está muito distante. Com o desenvolvimento da inteligência artificial, cada um de nós vai ter um Virtual Personal Assistent (VPA) para chamar de seu. Essa é a apenas a ponta do iceberg do impacto das máquinas inteligentes na sociedade e, por consequência, no marketing.

Marketing para algoritmos

Os assistentes virtuais – que, por serem inteligentes e conhecerem profundamente o usuário, terão condições de tomar decisões baseadas nas preferências e necessidades de uma pessoa – representarão uma nova fronteira para os profissionais de comunicação. Por trás dessa inovação, está a constatação de que o marketing do século XXI está intrinsicamente associado a dados e à inteligência das máquinas.

A coisa é tão impactante que Mike Cooper, autor do livro “Sentience: The Coming AI Revolution and the Implications for Marketing”, afirma que em breve teremos de fazer marketing para seduzir os algoritmos. Já pensou nisso? Está preparado?

O raciocínio é que, como os assistentes virtuais vão decidir por nós, é bom que sua marca estabeleça uma conexão com eles a ponto de influenciar nas ações e recomendações da máquina, assim como se faz atualmente com gente de carne e osso.  O contato entre algoritmos e marcas poderá se dar por meio de smartphones, tablets, wearables ou outros objetos conectados à Internet das Coisas.  O ponto-chave é que toda essa relação será marcada por um nível elevadíssimo de personalização, autonomia e previsão.

Deep learning na área

Os passos rumos essa nova realidade estão sendo dados, e a tecnologia deep learning atua nesse processo.  De modo simplificado, ela pode ser entendida como uma subárea da inteligência artificial. A deep learning se baseia no conceito de redes neurais artificiais e consiste em preparar o computador para aprender a partir da observação dos dados.

Em outros termos, significa a máquina ter capacidade, um dia, para pensar, aprender e agir como um humano. “A ideia desse aprendizado profundo não é nova, mas vem se popularizando recentemente porque agora temos muito mais dados e processadores mais rápidos capazes de encontrar, com sucesso, o resultado de problemas complexos”, afirmou Lynne Parker, diretora da divisão de sistemas de informação da Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos, em reportagem recente no site americano ComputerWorld.

Ainda há um longo caminho a percorrer no desenvolvimento da inteligência artificial, mas o uso de algoritmos de deep learning já têm obtido resultados marcantes em diversas aplicações, como reconhecimento de voz, imagens por computadores e processamento de linguagens. É a tecnologia por trás, por exemplo, no Google Translate e no Cortana, o assistente virtual da Microsoft.

A inteligência artificial teve um capítulo extraordinário recentemente com a conquista do Grand Prix de Innovation, em 2016, pelo Google com o projeto AlphaGo.  Desenvolvido em Londres pela DeepMind, empresa de inteligência artificial adquirida pelo Google, o programa venceu o melhor jogador do mundo de Go, um jogo criado na China antiga e considerado mais sofisticado que o xadrez. Segundo o Google, o AlphaGo é um projeto que pode ajudar a solucionar grandes problemas do mundo no futuro.

O que existe hoje

Se imaginarmos as profundas transformações que tecnologias como essas poderão provocar na publicidade daqui um bocado de anos, a cabeça vai longe. Olhando para o presente, no entanto, é possível perceber que os avanços obtidos pela inteligência artificial impressionam e indicam um horizonte promissor em termos de inovação e novas possibilidades na relação entre marcas e consumidores.

Em razão do aperfeiçoamento das máquinas inteligentes, a mídia programática tem avançado vertiginosamente e se colocado como instrumento importante na busca por impactar audiências cada vez mais específicas nos canais digitais. Já é possível fazer, com resultados notáveis para os anunciantes, campanhas com anúncios dinâmicos com segmentação precisa e mensagens personalizadas.

Ao direcionar os usuários para páginas de produtos do site, a mídia programática alcança pessoas que demonstraram interesses em produtos e leva mensagens direcionadas a elas. Não só isso. Também hoje já é possível personalizar campanhas online, com versões diferentes de um mesmo anúncio, montadas automaticamente conforme o perfil do usuário em questão.

O resultado de tudo isso são ações mais eficazes e criativas, com resultados melhores e, claro, que proporcionam um relacionamento ainda mais próximo com os consumidores. Se o presente já nos brinda com recursos de inteligência artificial impensáveis há até pouquíssimo tempo, o que dizer daquilo que nos aguarda no futuro?

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