Juros e inflação em queda: o que o investidor deve fazer nessa hora?

Os movimentos da taxa básica de juros, a Selic, afetam o desempenho dos investimentos. E como existem investimentos que se beneficiam da alta dos juros, também existem os que brilham mais quando a taxa está em queda.

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Antes de tudo, o investidor precisa ter em mente que a queda dos juros ocorre por conta da queda da inflação, que também está ocorrendo. Dessa forma, é importante notar que não necessariamente o juros real (juros acima da inflação) está ainda em queda, ou, ao menos, não em queda significativa ainda. Portanto, apesar da porcentagem anual menor, o ganho real, acima da inflação, continua atraente.

André Bona, Educador financeiro do Blog de Valor, cita duas alternativas para manter o nível de rentabilidade nominal, antes da queda do juros.

1. Neste momento, opte por investimentos prefixados, onde apesar da queda dos juros, os investimentos contratados mantêm as taxas acordadas no início.

2. Aumente o nível de risco dos investimentos, buscando um pouco mais de exposição em multimercados ou renda variável. Mas, é imprescindível que o investidor não compre investimentos sem conhecer exatamente os riscos associados e não caia em ofertas oferecidas por bancos e corretoras sem completa ciência do risco a que está exposto. É preciso compreender que essas opções possuem mais risco e isso significa que o retorno pode ser maior, como pode não ser e, inclusive, pode acarretar um prejuízo.

Também é importante ressaltar que a escolha dos investimentos deverá ser baseada em necessidades individuais para cada investidor. Os investimentos prefixados normalmente são investimentos para médio prazo, algo entre dois e cinco anos. “Investimentos com risco são adequados para longo prazo, e estamos falando de cinco anos pra cima. Portanto, se o investidor possui a necessidade de um capital para ficar disponível para necessidades imediatas ou consumos que pretende realizar no curto prazo, mesmo que a rentabilidade dos investimentos pós-fixados atrelados à Selic e ao CDI, percam um pouco da atratividade. E eles são os adequados para essa necessidade, pois não expõe o investidor a riscos de oscilações e não exigem que o capital fique travado por um prazo maior do que sua necessidade exija”, comenta o Educador financeiro.

Existe um investimento que não é bom para o investidor, aquele que não se enquadra no planejamento pessoal de cada um. “Às vezes um investidor pode escolher um investimento com rentabilidade melhor que outro, porém, que não tenha liquidez. Além de numa necessidade urgente, o investidor pode precisar do dinheiro e não ter como resgatar”, ressalta Bona. Portanto, um bom investimento é aquele que leva o investidor ao alcance de suas necessidades, já o investimento ruim é aquele que não ajuda nesse processo, ao contrário, só piora.

André Bona conta que a melhor forma de tomar a decisão de investimentos, é fazer a escolha de acordo com o planejamento financeiro pessoal de cada um. Então, é preciso relacionar os objetivos que deseja e assim, escolher os produtos adequados aos prazos de cada projeto. “Investimentos não são meios pelos quais as pessoas alcançam objetivos reais em suas vidas, entre eles a compra de um carro, um imóvel, cursos no exterior, aposentadoria, educação dos filhos e outros”, conclui Bona.

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