Você sabe ler rótulo? Embalagens podem conter armadilhas para o consumidor

Com tantos produtos disponíveis, é normal que o consumidor se confunda na hora das compras. Você sabe ler rótulo dos alimentos? Conheça algumas dicas da PROTESTE

ler rótulo

Foto: banco de imagens.

A cada dia o mercado alimentício se aproveita de alguma tendência do “ingrediente do momento” – ou do ingrediente que deve ser inexplicavelmente evitado. Empresas investem pesado nas embalagens, com propagandas quase poéticas, prontas para atrair e dar o bote. Mas, calma. Você não precisa consumir tudo o que a mídia diz “que está na moda”. Muito menos parar de consumir tudo. Você precisa aprender a ler rótulo corretamente, e a PROTESTE (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) oferece dicas de como não ser mais passado para trás.

SOBRE PRODUTOS SEM GLÚTEN

Produtos sem glúten ficaram “chiques”. Sem saber o motivo, muitos consumidores passaram a consumir produtos “não contém glúten” achando que estavam tornando-se mais saudáveis. Mas esqueceram de avisá-los  que “Pessoas que não tem doença celíaca nem intolerância ao glúten não devem e não precisam retirar o glúten da alimentação”, explica a nutricionista Carolina Sartori, de Brasília.

PRODUTOS ZERO AÇÚCAR

Produtos zero açúcar também causaram burburinho. E cuidado! Eles mascaram outros ingredientes nocivos. A maioria das embalagens que estampam baixa caloria, zero açúcar, light ou diet no rótulo, contém, na verdade, ingredientes como xarope de milho ou maltodextrina, que também são açúcares na sua composição e podem trazer tantos efeitos negativos quanto à sacarose (do açúcar cristal, por exemplo).

OUTROS INGREDIENTES E TERMOS FAMOSOS

Tapioca, goji berry, golden berry, quinoa, óleo de coco, noz da Índia, sal rosa do Himalaia, azeite trufado, sem lactose, low carb, integrais e fits fizeram/fazem parte do universo da “moda do alimento fitness”. E da enganação. Quando ouvir falar de alimento funcional, desconfie. Consulte sempre um bom nutricionista para saber se você sofre restrições e se vale a pena investir em dietas tão complicadas.

Pryscilla Casagrande, coordenadora do Centro de Competência em Alimentação e Saúde da PROTESTE aconselha:


Ler rótulo corretamente e saber interpretá-lo é fundamental para o consumidor descobrir o que de fato está levando para casa – e para a família.”


COMO LER RÓTULO CORRETAMENTE:

1- Verifique a data de validade

Depois do prazo, não é mais possível garantir a integridade do alimento, mesmo que seja apenas um dia depois da data. Assim, não recomendamos o consumo”, recomenda Roger Barbosa, coordenador do curso de Engenharia de Alimentos da Unesp.

2 – Verifique a lista de ingredientes

O primeiro ingrediente é o que está presente em maior quantidade no alimento. Se açúcar vem em primeiro lugar, saiba que ele predominará mais que qualquer nutriente ou vitamina.

3- Verifique a tabela nutricional

Ela deve apresentar obrigatoriamente o valor energético e os teores de carboidratos, proteínas, gorduras (totais, saturadas e trans), fibras e sódio que os produtos oferecem. “Esses teores são calculados para uma porção caseira do produto e relacionados ao valor diário recomendado do nutriente para uma dieta média de 2 mil calorias”, explica Pryscilla. “A nova legislação determina que os rótulos dos alimentos e das bebidas destaquem a presença de alergênicos com uma nomenclatura acessível à população”, ressalta. Ou seja, as informações nutricionais deve ser sempre fáceis de entender, claras e transparentes.

4 – Confira se o rótulo atende a todos os requisitos necessários

  • Nome do produto;
  • Lista de ingredientes: matérias-primas usadas na produção do alimento;
  • Conteúdo líquido: quantidade que o produto apresenta em /g ou /ml;
  • Origem do produto: local de fabricação, seja no Brasil ou no exterior;
  • Identificação do lote: código que facilita o rastreamento do alimento;
  • Prazo de validade: data limite ou período seguro para o consumo;
  • Advertências para alergênicos: aviso visível após a lista de ingredientes, em caixa alta e negrito, sobre a presença dos principais alergênicos, alimentos que causam alergia, (ALÉRGICOS: CONTÉM/ ALÉRGICOS: CONTÉM DERIVADOS DE) ou risco de estar contido (ALÉRGICOS: PODE CONTER);
  • Advertências para celíacos: Aviso visível sobre a presença ou ausência do glúten;
  • Advertências para intolerantes à lactose: Até 2019, os rótulos de alimentos e bebidas deverão trazer a declaração “Contém lactose” imediatamente após ou abaixo da lista de ingredientes com caracteres legíveis;
  • Tabela nutricional: teores nutricionais em /g ou /mg e % de valores diários recomendados para uma medida padrão.

5- Não caia em propagandas enganosas

Segundo Pryscilla, os rótulos NÃO PODEM CONTER informações como:

  • Destacar componentes que já são próprios do alimento. Exemplo: Óleo sem colesterol e água de coco sem gordura;
  • Vender propriedades sem comprovação científica. Exemplo: “Seca a barriga” ou “emagrece”;
  • Conter alegações que induzem ao erro. Exemplo: 100% caseiro, 100% natural, 100% original e 100% artesanal.
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Foto: banco de imagens.


Atenção e boas compras!


Informações: C4 Comunicação.

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