Marketplace conquista cada vez mais adeptos

Largamente utilizada no exterior, a modalidade de negócios desde que chegou ao Brasil tem ganhado muitos adeptos

 

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Ítalo Di Siervi é gestor comercial da TOP PEOPLE, empresa especializada em trade marketing, recrutamento e seleção.

* Por Ítalo Di Siervi

Nem é tão recente assim, mas a grande maioria das pessoas, e até profissionais das indústrias, ainda desconhece, tampouco ouviu falar, em Marketplace. Pois bem, Marketplace é mais uma modalidade de negócio destinada a aumentar a gama de produtos ofertados, que teve início no Brasil em 2012 por iniciativa dos grandes sites de comércio eletrônico, que buscam cada vez mais equalizar a questão das margens que afetam fortemente os resultados das operações de e-commerce. Mas foi nos últimos dois anos que ganhou destaque.

Como oferecer maior gama de produtos sem onerar os estoques e o caixa? Como oferecer produtos com melhores condições comerciais aos consumidores? A saída foi propor aos fabricantes uma parceria “ganha-ganha-ganha”, na qual todos passam a realmente ganhar: revendedores, fabricantes e consumidores. Pode parecer algo simples, mas não é bem assim. Quem é do ramo sabe que é muito difícil essa equação. Normalmente, o consumidor tem que ter acesso aos melhores preços, o revendedor tenta manter suas margens, assim como a indústria, porém, a experiência mostra que um sempre saía perdendo, principalmente em tempos de queda nas vendas, como este que estamos passando.

O conceito é bem simples. Os sites passaram a “disponibilizar” seus espaços aos fabricantes e cobram uma “comissão” somente sobre os produtos vendidos. Esse fee pode variar de 10% a 25%, dependendo do segmento. A indústria, por sua vez, tem a possibilidade de expor em sites com milhões de visitantes todos os meses, boa parte, senão todo seu portfólio, até então limitado pelos entraves negociais que restringiam essa exposição. E vale ressaltar que, além de divulgar os produtos, poderá ter melhora significativa das margens, seja por não ter que pagar contratos de fornecimento, seja pelas verbas extras por baixos giros ou pela bitributação que deixa de existir.

Cabe o esclarecimento que as operações de Marketplace são, por enquanto, independentes dos sites convencionais, que compram e vendem produtos. A plataforma é a mesma, porém são diretorias totalmente separadas, criando até competição dentro do próprio ambiente. Assim, não é de estranhar que em alguns deles o consumidor encontre o mesmo produto anunciado duas vezes e com preços diferentes. Isso acontece porque o próprio site comprou e o produto foi também colocado no Marketplace. É bom alertar: não é uma prática aconselhável, pois cria desconfiança no consumidor.

Voltando ao funcionamento da operação, as indústrias precisam ter um site de vendas próprio de modo a alimentar as informações passadas aos demais. Vale destacar que os preços dos produtos no Marketplace são determinados pelo fabricante, assim como o faturamento e a entrega. O site vende e recebe do consumidor, passa as informações para a indústria, que cuida do restante. Ao final de 15 ou 30 dias, varia de site para site, os valores são repassados para a indústria com a comissão já deduzida. O prazo de pagamento é deliberação dos sites, mas pode ser negociado.

Por fim, os consumidores, por meio dessa nova prática, agora contam com vasta oferta de produtos, anteriormente não disponível, com condições bem mais atraentes. Na maioria dos casos, nem chegam a perceber que compraram de uma empresa e que a nota fiscal é de outra, mesmo os sites indicando na confirmação da compra que o produto está sendo gerado por outro CNPJ. Importante dizer que o consumidor pode ficar tranquilo quanto à garantia dos produtos: mesmo toda a parte de SAC sendo feita pelos sites, essa responsabilidade ficará sempre sob a tutela da indústria.

 

 

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