Neuroarquitetura: como os ambientes de trabalho impactam no cérebro?

Você já parou para observar como a neuroarquitetura dos ambientes que você frequenta ao longo de um dia todo influenciam no seu humor, energia, concentração e produtividade?

Neuroarquitetura

Foto por Visit Office

Um destes espaços é justamente o ambiente de trabalho, seja ele numa empresa ou home office. Segundo a especialista em ambientes de trabalho e neuroarquitetura no Brasil, Priscilla Bencke, o local de trabalho afeta diretamente nossas emoções e comportamentos.

“Muitas vezes não percebemos as influências do meio externo, pois muitas delas entram em nosso cérebro de forma inconsciente. Por isso, se este espaço for mal projetado, pode ainda prejudicar a saúde física e mental dos colaboradores. Nós somos seres sensoriais. Temos receptores em nosso corpo que interpretam as informações do meio externo e enviam para o cérebro. Consequentemente, isso vai gerar uma emoção, estimulando um determinado comportamento”, explica Priscilla.

Pensando nisso, Priscilla trouxe para o Brasil o curso “Projetos para Ambientes de Trabalho” com foco em neuroarquitetura. O curso é organizado pela Bencke Arquitetura e Qualidade Corporativa Smart Workplaces, em parceria com a Mensch&Büro Akademie, da Alemanha.

Todo o conteúdo do curso de neuroarquitetura segue os mesmos moldes do que é apresentado na Alemanha, com o diferencial de ter um custo mais acessível aqui no Brasil. Além disso, as aulas são 100% em português e os alunos recebem um certificado alemão com validade no Brasil e exterior. “Lá fora esse curso tem um investimento de aproximadamente R$ 5 mil”, destaca a arquiteta Priscilla Bencke, que é especialista em projetos para ambientes de trabalho e criadora do conceito da Qualidade Corporativa no Brasil.

A neuroarquitetura, que já é estudada há mais de 10 anos no exterior e tem muitos dos estudos centralizados na Academy of Neuroscience for Architecture (ANFA), consegue, hoje em dia, comprovar o impacto dos ambientes nas pessoas, por meio de pesquisas com equipamentos como a ressonância magnética, que analisa as áreas do cérebro que são ativadas quando enxergamos determinadas imagens.

Influência das cores

Cada cor atinge uma área do cérebro de forma diferente a partir da nossa visão, gerando determinados comportamentos em cada pessoa. Esse, portanto, é um dos fatores que devem ser estudados e levados em consideração na hora de projetar um ambiente de trabalho. Considerando o estresse no trabalho, é necessário entender ainda que cada luz emite uma cor que afeta na forma de desempenhar o trabalho. Se um ambiente está com pouca luz, por exemplo, a vista ficará mais cansada, podendo causar dores de cabeça e estresse. Por esse motivo, ao escolher a iluminação do ambiente de trabalho deve ser estudado o quanto será necessário para a prática da atividade.

“Existe uma tendência de se colocar apenas a luz branca nos ambiente de trabalho, pois ela evita o sono. Obviamente, quando estamos um longo período de tempo sobre essa luz não vamos conseguir relaxar nosso corpo”, explica a arquiteta. A iluminação natural é uma das formas de se combater o estresse, mas o seu excesso também pode causar o efeito contrário. “Temos que cuidar ainda para que os raios do sol ou a claridade não prejudique a visibilidade dos monitores. Isso acontece muito em escritórios. A pessoa passa o dia inteiro forçando os olhos para enxergar e isso pode gerar dor de cabeça que, consequentemente, influencia no estresse”, alerta Priscilla.

Barulhos e ruídos

Outro problema que causa o estresse no ambiente de trabalho é o barulho, seja esse interno ou externo. O Brasil vem incorporando uma referência do exterior que é o ambiente de trabalho aberto e sem divisórias. Segundo a especialista, essa é uma forma de otimizar os espaços, porém, o controle da acústica fica prejudicado. Os ruídos que geram o estresse são geralmente: barulho do colega, equipamento, vizinhos e barulhos da rua como buzinas e músicas. “Qualquer ruído que nos desconcentra pode nos levar a irritação depois de um determinado período”, considera Priscilla.

Uma solução para o problema, em alguns casos, é uso de equipamento de segurança auditiva ou o fone de ouvido que pode, inclusive, auxiliar no combate ao estresse com músicas. Além disso, a presença de vegetação no ambiente de trabalho ajuda a aumentar o bem-estar e a criatividade em 15%, e a produtividade em 6%. “O nosso cérebro também faz essa referência com uma vegetação artificial, um quadro com imagem de paisagem, revestimento de madeira, pedra, tudo o que simule a questão da natureza. Então, é um investimento acessível e traz muitos benefícios”, indica a especialista.

Informações por Visão Estratégica Comunicação

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