Nova modalidade de seguro popular ainda não é ofertado por seguradoras brasileiras

A modalidade começou a valer há dois meses, mas não houve interesse por parte das seguradoras, que reclamam de exigência.

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Começou a valer há dois meses uma nova modalidade de seguro popular e mais barata, mas as seguradoras ainda não estão oferecendo. Falta um acordo entre seguradoras e montadoras de automóveis para que o seguro seja oferecido. Pelas regras, o carro poderá ser consertado com peças usadas ou até recondicionadas, vindas de empresas credenciadas que fazem desmonte de carros. Essa exigência não agradou as seguradoras: reclamam que não existem peças usadas no mercado e de qualidade para fazer as reposições.

A frota de carros no Brasil mais que dobrou em dez anos. São 60 milhões de veículos nas ruas. Mas a grande maioria dirigidos por motoristas que não têm garantia de ressarcimento ou de conserto do carro em caso de acidente: só 30% (17,5 milhões) estão segurados.

O Alexandre comprou um carro ano passado. Além de meio de transporte, é onde a família trabalha, fazendo delícias para vender. Mas ainda não deu para fazer o seguro. “Pensei em fazer, procurei três corretoras de seguros, mas os valores não condizem com a realidade. Muito caro, na época o mais em conta que eu tive foi R$ 2.400. E aí, pra mim ficou inviável”, contou o autônomo Alexandre Perez.

Boa parte dos motoristas gostaria de fazer um seguro, desde que o preço fosse menor. Esse ano foram criadas regras para permitir o auto seguro popular, que teria custos até 20% menores que o convencional. Desde abril, as seguradoras já podem oferecer essa nova modalidade. Mas até agora, quem procurou não conseguiu contratar o tal seguro popular. A verdade é que as empresas não estão oferecendo. Por isso, agora a Susep, Superintendência de Seguros Privados, está estudando mudanças na medida – para ver se ela sai do papel.

As regras definidas pela Susep em março preveem que, no seguro popular, a empresa pode fazer consertos nos carros com peças usadas ou recondicionadas, vindas de empresas credenciadas que fazem desmonte de carros, mas essas peças têm que ser originais de fábrica. Essa exigência acabou tirando o interesse das seguradoras. A Confederação Nacional de Seguros Privados diz que o seguro popular ainda não foi oferecido porque não há peças usadas em número suficiente para abastecer o mercado de seguro. A proposta das empresas é permitir a utilização também de peças novas, mas de outros fabricantes, do mercado alternativo, que são semelhantes às originais, porém mais baratas.

A Susep lembra que itens de segurança, como airbag, freio e amortecedor não entram nessa regra. Se houver necessidade de substituição, tem que ser por novos e originais. E reconhece que está mesmo analisando a proposta das empresas. “A norma, a gente já está em processo de revisão, e vai sair uma nova edição dessa norma no mês de julho. Não sabemos ainda a data, mas que será em julho”, afirmou a diretora da Susep, Helena Venceslau.

Fonte: G1

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