Período eleitoral pode afetar confiança do consumidor nos próximos meses

Especialista do Mackenzie explica como a confiança dos empresários podem afetar indiretamente as decisões do consumidor

Com o início das campanhas eleitorais é comum que alguns setores do governo fiquem paralisados devido ao envolvimento dos líderes na corrida a cargos políticos. Em um cenário de recuperação econômica, isso pode ser prejudicial na medida em que pode impactar negativamente alguns índices importantes para o ciclo econômico, como por exemplo na confiança do consumidor, que é crucial para o funcionamento da economia.

De acordo com Ulisses Ruiz de Gamboa, professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e pesquisador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica, nem sempre o consumidor comum tem acesso à toda informação sobre o mercado, mas ele pode ser afetado indiretamente, na medida em que o empresário observa um cenário político de incertezas, travando contratações e investimentos.

Gamboa explica que os dados divulgados recentemente no Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC), que registrou 101,6 pontos em julho, um crescimento de 3,4% na comparação com o mês anterior, são resultados da recuperação das greves dos caminhoneiros, que deixou as pessoas assustadas com o desabastecimento, mas a situação econômica e financeira continua sendo ruim.

“Podemos dizer que continuamos em um momento delicado da economia, o índice de confiança histórico continua em um campo pessimista, devido a situação do desemprego elevado, salário crescendo pouco e condições de crédito apertadas, levando à disposição do consumidor para um patamar baixo. Nos próximos meses, aposta-se em uma certa estabilidade porque as condições econômicas continuam sem muitas alterações. Ao mesmo tempo, isso pode fazer com que os consumidores fiquem contidos em suas compras, ou seja, os resultados podem ser difíceis de prever”, analisa.

O especialista ressalta que o mais importante é lembrar que ao final do segundo semestre a economia terá uma movimentação maior no consumo com os pagamentos do 13º salário e liberação do FGTS. Porém, o custo de vida continua alto, o endividamento e aumento da inflação podem desviar o direcionamento destes recursos, que geralmente são gastos com consumo.

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