“Propósito maior” ou estratégia de marketing?

A sociedade observa em escala global a ascensão da ideia de “propósito maior” como meio eficaz para embasar a prática das organizações.
Isso não é delírio ou modismo moderninho. As empresas mais bem-sucedidas do planeta hoje têm seus negócios fundados em propósitos maiores que as atividades que realizam. Isso acontece também com as organizações não-governamentais mais admiradas do mundo. E até mesmo no ambiente político, campanhas eleitorais vitoriosas se valem desse conceito. Entenda agora o que pode ser chamado de “A era do propósito maior”, na visão da coluna O Coro Da Multidão.

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O uso de “propósitos maiores” não é uma extravagante estratégia de marketing.

Até pode estar conectado à essas estratégias, mas só faz sentido quando for coerente com o cerne das atividades das organizações. Alguns exemplos tornam fácil captar a ideia. Observe a declaração de propósito: da Google, “Organizar a informação do mundo”; do TED, “Ideias que merecem ser espalhadas”; e do Obama de primeiro mandato, “Yes, We Can” (“Sim, nós podemos”). Nos três casos, as declarações de propósito têm caráter aspiracional e grandioso. Elas são excelentes para conectar corações e mentes de colaboradores internos, assim como o do público externo. Alavancam o crescimento espontâneo de comunidades em torno de si.

Na comunidade de empresas inovadoras, o conceito de propósito se popularizou com a publicação da obra Organizações Exponenciais, de Salim Ismail, fundador da Singularity University. A partir de uma pesquisa que envolveu a análise de 60 livros clássicos da área de negócios, as 100 startups mais bem-sucedidas do mundo e entrevistas de 90 empreendedores e visionários, ele elenca os fatores de que tem feito novos empreendimentos crescer rapidamente. E o primeiro deles é o Propósito Transformador Massivo (PTM) – um propósito maior e ambicioso, transformador da realidade de milhões e, por vezes, bilhões de pessoas.

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É um equívoco comum achar que somente empresas tecnológicas de ponta tem condições de pautar suas atividades com base nesse conceito. Estabelecer um propósito de impacto, que transforme a realidade, pode ser empregado por qualquer organização. Até mesmo em comunidades complexas, que envolvam diversos atores, podem se buscar propósitos comuns. Um ecossistema de inovação pode empregar a declaração de propósito para conectar pessoas, alavancando o potencial criativo da sociedade e estimulando colaboração, transparência, confiança, respeito e, é claro, competição saudável.

Existe uma explicação razoável para isso: a necessidade de estabelecer propósito para as coisas que se faz é inerente ao ser humano.

Loocalizei em O Coro da Multidão. Leia o artigo completo aqui.

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