Como será o fim e a reinvenção do varejo tradicional?

Empresas de todos os segmentos eventualmente se deparam com queda no faturamento e o varejo tradicional não é exceção.

No Brasil, ressalta o consultor, além do desafio de reinventar o varejo tradicional, há também o de superar a crise econômica que tem impacto direto sobre o varejo nacional. | Foto via Welltodo London

“Consumidores voláteis, intensa concorrência, mudanças no mercado e a influência na decisão de compra cada vez maior do digital, formam uma combinação explosiva”, pontua Alexandre van Beeck, sócio-diretor da GS&Consult, empresa de consultoria com foco em varejo, relações de consumo, marketing e canais de distribuição do Grupo GS& Gouvêa de Souza.

Tanto é verdade que o mercado do varejo tradicional americano está passando por um momento apocalíptico (nas palavras deles). Serão mais de 3,5 mil lojas fechando nos próximos dois meses naquele mercado, que é considerado mais maduro que o brasileiro e que serve de bússola para o empresariado nacional.

O mercado americano possui o maior metro quadrado de varejo por pessoa do planeta (cerca de 22m² por pessoa). Isto é, cerca de 30% a mais que o Canadá, o segundo da lista, e mais que o dobro da Austrália que vem na sequência.

Entretanto, as visitas às lojas físicas daquele país despencaram nos últimos sete anos. São 15 bilhões de visitas a menos nas lojas, representando uma queda de 50% comparado com 2010. As pessoas estão investindo mais tempo e dinheiro em experiências como viagens, restaurantes e tecnologia e menos com vestuário e acessórios.

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O especialista cita como um dos ícones do atual momento a falência de um modelo de varejo tradicional que, por muitos anos, foi o carro chefe dos shopping centers: as lojas de departamentos. “Tradicionais empresas do setor estão fechando suas lojas deficitárias para estancar suas perdas operacionais”, aponta o consultor, citando exemplos conhecidos como Sears, que anunciou o fechamento de 10% de suas lojas, a J.C. Penny, que está fechando as portas de 14% de suas lojas (138 lojas) e a Macy’s, encerrando a operação de 68 lojas.

Influência do digital

Hoje, o digital influencia cerca de U$ 1,8 trilhão das vendas do varejo, seja no tamanho do pedido, na frequência de visitas, no relacionamento com o cliente. “A força da conveniência digital mudou o hábito e as expectativas do consumidor sobre a loja física. O cliente está cada vez mais habituado a achar facilmente o que procura, a ter informação detalhada sobre o produto, a pagar facilmente sua compra e espera ter cada vez menos atrito nas suas relações de compras. E o que a loja física pode oferecer para atende-los?”, provoca o consultor especialista em varejo.

O varejo do futuro sem esquecer a análise do presente

Sobre este cemitério de lojas fechadas, floresce uma nova proposta de atuação do varejo tradicional, que o Grupo GS& Gouvêa de Souza batizou de PDX, conceito que reconfigura o ponto de venda, tradicional PDV, transformando-o em um ponto de experiência. “A loja começa a exercer um papel mais amplo, como um ponto de encontro, de experiência, de relacionamento, de educação, não se restringindo à venda de produtos baseado na racionalidade e que pressiona a rentabilidade do negócio. O PDX vai além, incorporando algo maior e que gere uma experiência positiva”, explica van Beeck.

No Brasil, ressalta o consultor, além do desafio de reinventar o varejo tradicional, há também o de superar a crise econômica que tem impacto direto sobre o varejo nacional.

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