Energia solar permite avião dar volta ao mundo sem aterrissar

Projeto é de piloto suíço que já tinha dado uma volta ao mundo de balão.

120 anos atrás, perante mil pessoas, o brasileiro Santos Dumont conquistou em Paris o Prêmio Archdeacon e o Prêmio do Aeroclube da França, ao realizar um voo de 220 metros em 21,5 segundos, estabelecendo um novo recorde de distância da época.

Desde então a aviação literalmente decolou, contribuindo diretamente na transformação do mundo aproximando pessoas e diminuindo fronteiras.

120 anos depois do grande feito do brasileiro inventor, a Solar Impulse 2 (o bis do 14-bis também significava uma segunda versão) concluiu uma viagem de 40 mil quilômetros em torno da Terra. Se comparada à originalidade do 14-bis, a novidade da Solar Impulse 2 é ser uma aeronave movida inteiramente por energia solar. O pouso em Abu Dhabi marca a primeira vez que um avião deste tipo consegue dar a volta no mundo. O projeto dos pilotos suíços Betrand Piccard e André Borschberg abre um novo horizonte na visão sustentável do transporte aéreo, que representa um dos principais fatores da causa da poluição.

A viagem encontrou muitos obstáculos que puderam ser acompanhados ao vivo pelo YouTube. Se mil pessoas puderam assistir a aterrissagem de Santos Dumont, milhares estavam conectados para fazer parte desse momento histórico.

Não foi fácil

A viagem dos pilotos suíços começou em 2015 e de inicio levou 5 dias para atravessar o Pacífico, dando ao piloto André Borschberg o recorde de maior jornada ininterrupta da história da aviação. Por´´em, no trecho entre Japão e Havaí as baterias superaqueceram, obrigando uma pausa na viagem para manutenção, retomada apenas em abril de 2016.

Estrutura

As asas do Solar Impulse 2 possuem um total de 17,248 células solares para alimentar quatro baterias de lítio que controlam todos os sistemas. Sua envergadura (distância entre a ponta de cada asa) é de 72 metros, pouco maior que a de um Boeing 747 (68,5 metros). Por outro lado, pesa 2,2 toneladas contra 153 toneladas do Boeing 747.

O piloto deve usar um traje especial para se alimentar e realizar necessidades fisiológicas, pois as baterias permitem que a viagem não necessite de paradas.

Bertrand Piccard (o primeiro a dar a volta ao mundo de balão em 1999), um dos idealizadores do projeto, disse ter trabalhado por 15 anos para realizar essa demonstração da tecnologia.

Com o sucesso do projeto, assim como o efeito de Santos Dumont, um novo horizonte se abre para a aviação decolar sentindo a novos rumos, Vamos aguardar!