Um estudo realizado com 929 alunos inscritos em um Centro de Formação de Condutores de Belo Horizonte mostrou que, com a implantação das aulas no simulador de direção veicular para obtenção da carteira de habilitação, o índice de aprovação daqueles treinados no equipamento em relação aos não treinados aumentou 27%.

Foto via Radar Nacional

A análise foi feita pela pós-graduada em Gestão, Segurança e Educação para o Trânsito pela Universidade Cândido Mendes (UCAM-RJ), Roberta Torres. O trabalho mostra de que forma o uso da simulação como procedimento didático-pedagógico colabora com a formação de condutores.

A pesquisa foi feita com alunos que frequentaram o CFC no período entre 1º de abril de 2015 e 31 de março de 2016, ou seja, antes do uso do simulador na formação de novos condutores. O outro grupo, que teve aulas no equipamento, foi avaliado entre 1º de abril de 2016 e 31 de março de 2017. “Os dados preliminares desse estudo de caso nos mostraram um aumento de 27% no índice de aprovação dos alunos que passaram pelo simulador em relação aos que não passaram, além de um aumento de 18,5% nas aprovações nos dois primeiros exames”, comenta a autora do estudo.

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No trabalho, a especialista destaca que as discussões prevendo o uso de simuladores no treinamento de motoristas no Brasil começaram no final da década de 1970. Porém, a aplicação do equipamento na formação de condutores só se tornou efetiva a partir de 2014, se estendendo a outros estados a partir de 2015 – ano em que foi publicada a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) exigindo de todos os candidatos a realização de cinco horas/aula em um simulador de direção.

Roberta reforça que estudos internacionais realizados nas últimas décadas vêm mostrando a simulação como um recurso importante para oferecer a experiência de condução de um veículo aos futuros motoristas, pois permite vivenciá-la sem riscos. “Um estudo foi iniciado em 2010, no Canadá, com o propósito de analisar a eficácia da substituição de parte do treinamento que hoje ocorre na rua para as aulas aplicadas no simulador de direção. E os alunos relatam que passar pela ferramenta é igual ou até mais eficiente do que conduzir um carro”, completou a especialista.

Cenário Nacional

Assim como Minas Gerais, outros estados brasileiros vêm utilizando o simulador de direção para formar seus condutores. Considerando todo o país, o simulador está presente em 2 mil municípios, atendendo quase 5 mil CFCs, com aproximadamente 5,5 mil unidades instaladas. Ao todo já são 7,5 milhões de aulas aplicadas e 2 milhões de alunos beneficiados com aulas no equipamento, conforme dados da ANFASP – Associação Nacional dos Fabricantes de Simuladores Profissionais.

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