Volkswagen admite que todos estão muito atrás da Tesla

Todas as montadoras estão fortemente empenhadas na condução autônoma, dos mais clássicos, como a Volkswagen, a Toyota e a General Motors (GM), os maiores grupos a nível mundial, aos jovens fabricantes que mudaram a indústria, como a Tesla.

Tesla Model S 2013, um dos principais representantes da marca apesar de não ter condução autônoma | Foto via Net Car Show

Mas as montadoras já estabelecidas se dividem entre os que tentam negar o óbvio atraso, empurrando com a barriga, e as que admitem que a Tesla surpreendeu toda a gente e tem de ser levada a sério, pois tem uma enorme vantagem neste domínio. E quem o diz é Herbert Diess, chairman da Volkswagen, a marca líder na Europa e que encabeça o grupo que mais veículos fabricou em escala mundial em 2016.

As montadoras centenárias vão, uma hora ou outra, oferecer seus veículos tão ou mais sofisticados no que diz respeito à sua capacidade de condução autônoma, mas nunca o conseguirão fazer antes da Tesla. A marca americana começou antes e criou os Model S, X e 3 pensando nesta possibilidade, o que a confere uma vantagem enorme. Além de estarem preparados para a condução autônoma, os Tesla armazenam informação enquanto circulam, que enviam automaticamente para os servidores da fábrica, o que permite à empresa de Elon Musk ter mais de 1 bilhão de estradas cartografadas.

Elon Musk apontou ao futuro mais cedo e essa vantagem competitiva vai ser cada vez mais difícil de combater, reconhece o chairman da Volkswagen.

A jovem Tesla afirmou, em várias ocasiões, que estará em condições de proporcionar condução autônoma em 2018, enquanto Diess confessa que “nenhuma das montadoras antigas oferecerá nada similar antes de 2020, na melhor das hipóteses”. E há mais uma dificuldade: enquanto não possuírem uma frota considerável, as marcas tradicionais não vão conseguir armazenar dados sobre as infraestruturas e as condições de tráfego, ensinando o sistema a funcionar e a gerir as situações com que depara no cotidiano.

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O Grupo Volkswagen, sobretudo através da Audi, tem protótipos perfeitamente funcionais e em avançado estado de desenvolvimento, mas está, pelo menos, um ou dois anos atrás do rival americano.

“Se Elon Musk continuar a atualizar sistematicamente o seu sistema, à medida que ele vai aprendendo com a experiência que vai acumulando, vai ser muito difícil acompanhar a Tesla nos próximos anos”, admite Diess.

O chairman da Volkswagen resume tudo numa frase: “Eu estou convencido que temos de levar Elon Musk muito a sério.” Apesar disso, diz acreditar que o grupo alemão conseguirá fazer melhor, especialmente quando a tecnologia estagnar e puder impor a sua grande vantagem, que consiste na escala mundial da VW. É que enquanto a Tesla espera em breve produzir 500.000 unidades por ano, o Grupo Volkswagen superou os 10,3 milhões de carros em 2016.