Financiamento Balão: entenda as vantagens, desvantagens e para que tipo de comprador ele é recomendado

Uma entrada menor, prestações mais baixas do que em um financiamento tradicional e uma só parcela alta no final. Este é o financiamento balão – alternativa vantajosa para quem quer trocar de carro com frequência e começa a ser oferecida por mais montadoras.

O modelo de financiamento balão chegou ao Brasil há cerca de dois anos, principalmente com empresas de modelos premium como BMWMercedes-Benz e Audi, e agora começa a ganhar mais espaço com a adesão de mais empresas. “Temos a expectativa que o consumidor brasileiro entenda que esse plano é a forma inteligente de trocar de veiculo com mais frequência e facilidade”, diz José Carlos Macedo, diretor de vendas da Nissan, que lançou o Replay em maio.

Entenda as vantagens e desvantagens do financiamento balão
Esse tipo de financiamento, bem comum nos EUA, prevê uma entrada de, no máximo, 50% (variando muito por empresa), parcelamento em 24 ou 36 meses e uma parcela balão ao final – de 30% a 50% do total, normalmente. A ideia de deixar um grande valor para ser quitado no fim pode assustar, mas a proposta das empresas é que ela seja paga com a venda do próprio carro, seja na concessionária ou para terceiros. A diferença entre o valor do usado e a dívida seria então usada para começar um novo financiamento.

“O cliente não vai precisar de R$ 12 mil para quitar a parcela, ele vai usar seu veículo para saldar a dívida e entrar no ciclo novamente”, explica Alessandro Lora Ronco, superintendente de Marketing da Volkswagen Financial Services, que relançou o plano balão esse ano.

O financiamento-balão, portanto, funciona melhor para quem quer trocar de carro a cada dois ou três anos. Para as empresas, a vantagem é a fidelidade. “Nós conseguimos oferecer entradas e parcelas mais acessíveis e, assim, ainda manter o cliente na marca”, conta Josef Lechertshuber, diretor de Vendas e Marketing do BMW Group Serviços Financeiros. Apesar de parecido com o leasing, no caso do financiamento-balão o carro fica no nome do comprador, ainda que alienado ao banco.

Para William Eid, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas, o plano balão pode ser uma alternativa interessante, desde que o consumidor consiga uma boa taxa de juros. “Não adianta olhar apenas o preço da parcela”, diz. No programa da Hyundai, o Compra Certa, por exemplo, tanto no financiamento balão quanto no CDC (Crédito Direto ao Consumidor), a taxa é de 0,99% com 33% de entrada.

Segundo um funcionário de uma loja da Volkswagen em São Paulo, a forma de financiamento vem agradando. “É o modelo que mais está vendendo agora, porque a pessoa não precisa investir tanto capital no início para conseguir uma condição boa”. Já em uma concessionária da Hyundai, onde somente a linha HB20 pode ser financiada desse modo, o Compra Certa ainda não pegou. “É bem atípico. No mês, uma pessoa fez”. A empresa, porém, garante que a procura está dentro do esperado. Para conferir se a empresa oferece essa alternativa de financiamento, basta entrar em contato com alguma concessionária.

Parcela final do financiamento balão: fique atento!

William Eid alerta, porém, para a prestação alta no fim. “Se o consumidor não for ficar trocando de carro, isso pode complicar. Então é preciso se planejar bem para ter o dinheiro lá na frente”. O modelo também não é a melhor opção para quem já tem boa parte do valor do veículo, já que, dessa forma, é possível conseguir taxa zero. “Se a pessoa tem 70%, 80% para dar de entrada, não faz sentido pagar só 30% e financiar em três anos”, afirma Lora Ronco.

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