IoT é o principal ingrediente das cidades inteligentes, diz estudo

Até 2020, metade dos objetos das cidades inteligentes incluirá indicadores-chave de desempenho (KPIs, na sigla em inglês) de alterações climáticas, resiliência e sustentabilidade, de acordo com estudo do Gartner.
Foto via The New Economy

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As metrópoles estão definindo novas metas e colocando-as em programas tangíveis. Isso cria resultados mensuráveis que atendem às definições acordadas na COP 21, Conferência da ONU sobre mudanças climáticas, realizada em Paris, em abril do ano passado.  

“Com as metas do Horizon 2020 de eficiência energética, redução da emissão de carbono e energia renovável em mente, muitas cidades da Europa lançaram iniciativas de sustentabilidade energética, gerenciamento de recursos, inclusão social e prosperidade da comunidade”, afirma Bettina Tratz-Ryan, vice-presidente de pesquisas do Gartner.

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As maiores metrópoles do mundo têm adotado objetivos de tráfego e mobilidade para solucionar ou mitigar o problema de congestionamento com soluções de cidades inteligentes ativadas por Internet das Coisas (IoT), mas a mobilidade urbana não para em uma escolha contínua que consiste em se mover de A até B.

“A adoção da carona solidária, a eletrificação do transporte público, a infraestrutura de suporte para veículos elétricos e a cobrança de tarifas para prevenção do congestionamento para motores a combustão são exemplos que estão gerando um ar mais limpo, produzindo menos emissão de gases do efeito estufa e economizando energia, ao mesmo tempo em que melhoram os níveis de ruído e o ambiente nas ruas”, afirma Bettina.

O cartão de Florença é um exemplo de como essas medidas podem causar um benefício econômico substancial e, ao mesmo tempo, estar diretamente relacionadas aos resultados de alteração climática, resiliência e sustentabilidade. “Esse cartão da cidade italiana proporciona transporte gratuito em ônibus elétricos para muitos pontos de interesse, ajudando a melhorar a experiência cultural e turística dos visitantes enquanto utilizam veículos ecologicamente corretos”, explica a vice-presidente.

Os sensores têm se tornado um elemento de grande importância para a execução das metas de mudança climática e estão no coração das cidades inteligentes. De acordo com o Gartner, neste ano, cerca de 380 milhões de coisas conectadas estarão em uso nas metrópoles para alcançar os objetivos de sustentabilidade e alteração do clima. Esse número aumentará para 1,39 bilhão de unidades em 2020, representando 20% de todas as coisas conectadas em uso nas cidades inteligentes. Em 2017, os casos de uso em edifícios comerciais e transporte inteligentes serão os principais contribuidores, representando 58% de toda a base instalada de IoT nas cidades inteligentes.

Com base na diretriz de Ecodesign, que estipula que membros da União Europeia (UE) deveriam eliminar suas lâmpadas de rua incandescentes até o fim de 2016, os analistas do Gartner esperam que esses objetivos de sustentabilidade também tenham um investimento positivo e um impacto na inovação, principalmente para os setores industriais localizados nos corredores urbanos.

“As cidades se tornarão centros ambientais de excelência para o desenvolvimento de novas tecnologias, figurando um local de teste de estresse para a indústria. As vantagens para as cidades serão profundas. Elas não atenderão apenas os objetivos exigidos nas metas do Horizon 2020, mas também desenvolverão condições urbanas mais verdes e inclusivas que os cidadãos podem reconhecer como KPIs. Amsterdã, por exemplo, demonstra esforços massivos em assumir a conexão entre resiliência energética e inovação em recursos alternativos e de tecnologia verde. A capital da Holanda também está construindo opções amistosas de mobilidade multimodal, tais como compartilhamento de carros, estações de bicicletas e ruas caminháveis”, afirma Bettina.

Em paralelo, a Diretiva de Eficiência Energética da UE determina que os prédios públicos e o mercado imobiliário privado deverão reduzir seu consumo de energia em 3% a cada ano. Atualmente, aquecimento, resfriamento e iluminação são responsáveis por aproximadamente 60% do gasto com eletricidade em um edifício.

“A implementação de um sistema de gerenciamento de negócios (BMS, do inglês Business Management System) integrado para iluminação, aquecimento e resfriamento pode reduzir o consumo de energia em 50%, uma contribuição significativa para o comprometimento das cidades de reduzir as emissões de gases do efeito estufa ”, completa a analista.

As empresas que implantaram a iluminação de LED já perceberam uma economia entre 60% e 70%. Ao integrar o sistema de aquecimento, ventilação e ar-condicionado com a ocupação e a utilização de edifícios, uma economia próxima a 50% pode ser alcançada.

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