Para evitar monopólio, SP terá taxa para apps de transporte
A Prefeitura de São Paulo publicou nesta terça-feira (11), no Diário Oficial do Município, uma medida para evitar o monopólio do Uber nos aplicativos de transporte.
Até então, o município cobrava das empresas interessadas em prestar o serviço uma taxa de R$ 0,10 por quilômetro rodado. Agora, a taxa será progressiva, chegando a R$ 0,40 para serviços que percorrerem mais quilômetros.
A atividade dos aplicativos de transporte particular é limitada em 5 mil vagas na cidade de São Paulo para evitar o excesso de oferta. No entanto, de acordo com as estimativas da Folha de S.Paulo, 90% das vagas são ocupadas pelo Uber. O resto é dividido entre Cabify, WillGo, EasyGo e outros concorrentes menores.
A partir desta terça-feira (11), a taxa cobrada pelo município dependerá da distância percorrida por todos os veículos da empresa no período de uma hora, seguindo a tabela:
- Até 7.541,67 km por hora: R$ 0,10 por km
- Entre 7.541,68 e 15.083,33 km por hora: R$ 0,11 por km
- Entre 15.083,34 a 22.625 km por hora: R$ 0,13 por km
- Entre 22.625,01 a 30.166,67 km por hora: R$ 0,16 por km
- Entre 30.166,68 a 37.708,33 km por hora: R$ 0,23 por km
- Mais de 37.708,33 km por hora: R$ 0,40 por km
Segundo a Prefeitura, cada serviço poderá decidir se repassará o aumento ao consumidor ou não. Com a medida, o prefeito Fernando Haddad diz que “a empresa fica inibida de aumentar muito a frota, porque outra poderá entrar com um preço melhor”. A taxa progressiva impediria o aumento da frota, “que muitas vezes implica em uma exploração da força de trabalho dos motoristas credenciados”, segundo o prefeito.
Em nota, o Uber afirmou que “limites arbitrários criam sistemas ineficientes, fazendo com que os preços subam para o consumidor, o número de viagens diminua para os motoristas parceiros e o incentivo para compartilhar viagens diminua, aumentando o número de carros nas ruas”.
Procuramos o Uber, principal afetado pela mudança, para descobrir se o aumento será repassado ao consumidor, mas ainda não obtivemos resposta. Em caso de repasse, uma corrida de 10 quilômetros, por exemplo, pode ficar até R$ 3 mais cara em relação ao preço atual. A empresa já cobrava do usuário a tarifa do município, de R$ 0,10 por quilômetro percorrido dentro de São Paulo.