CEF toma medida de incentivo ao mercado imobiliário de luxo

Com a medida, a Caixa Econômica Federal aumentou o valor máximo do financiamento habitacional para R$3 milhões.

A Caixa Econômica Federal anunciou o aumento do valor máximo a ser financiado pela instituição, que antes era de R$1,5 milhão para R$3 milhões. As novas mudanças, que já estão em vigor, afetam as operações de crédito do Sistema Financeiro Imobiliário, que financia imóveis mais caros, sem emprestar dinheiro do FGTS.

Este novo plano da Caixa promove a fomentação da construção civil como um todo, movimentando o mercado e incentivando a produção e o consumo.

De acordo com a arquiteta Estela Netto, o mercado da construção civil, como um todo, sofreu alguns revezes com a instabilidade econômica do país, mas o de alto luxo não foi um dos mais afetados. Ela cita que, mesmo quem tem poder aquisitivo para construir imóveis de alto valor, que compreendem esse novo teto do financiamento da Caixa, podem e devem, sim, ser beneficiados com este novo plano.

“Todos os incentivos fiscais ou de financiamento que o governo possa promover para fomentar a construção  civil como um todo é muito bem-vindo. Se o proprietário de uma casa fez um projeto e precisa de uma ajuda  na hora de financiar este imóvel é bastante válido. Às vezes a pessoa tem dinheiro para construir, mas pode  não ter o dinheiro para ambientar”, Estela.

Para Estela, é muito importante que o proprietário do imóvel guarde dinheiro para o pós- obra, como ambientação e decoração e financiar uma parte do imóvel.  “Com este novo valor do financiamento, a pessoa pode gerir o investimento dela de uma melhor forma, com parte de recurso próprio e parte financiado, é um direito que todo cidadão merece. É comum a pessoa começar a construir, tendo o dinheiro para a construção, mas não contabiliza o montante. Contabilizou o preço do lote e da construção, mas não da decoração, do paisagismo, da área externa, da automação, de outros recursos que são muito importantes para a casa. Com este incentivo, talvez ela distribua melhor o recurso que ela já tem, podendo contar com a ajuda da Caixa”, afirma a arquiteta.

A profissional explica que mesmo com a instabilidade financeira brasileira, a demanda para projetos de casas de alto padrão continua, pois, as pessoas se planejam para isto. “Quem tem a demanda de morar numa casa nova, seja porque casou ou teve mais um filho e tenha planejado isso na vida, vai fazer. Compras por impulso caíram muito, mas as famílias que se planejaram para construir já têm esse dinheiro ou parte dele para fazer. Talvez você não tenha todo o montante e está contando com o faturamento mensal para inteirar o valor e, em vez de comprometer esse dinheiro por conta de outras razões, o financiamento pode entrar nessa lacuna. O financiamento da Caixa tem juros mais convidativos e financiar a longo prazo, com juros menores, é bom para qualquer pessoa, qualquer tipo de investimento, até mesmo para uma casa de luxo”, analisa Estela Netto.

Segundo o arquiteto Luis Gustavo Bellini e a designer de interiores Danielle Bellini, do escritório Bellini Arquitetura, estes incentivos movimentam e incentivam o consumo, uma vez que a demanda do mercado de luxo tem sofrido quedas atualmente.

“O mercado voltado para o público de luxo nunca para, mas a demanda de novos empreendimentos diminuiu muito. O que pode acontecer, também, é o cliente pegar esse financiamento, com taxa de juros menor que os retornos de investimentos que possui, diminuindo o risco para investir no imóvel. Em vez de colocar o dinheiro no imóvel, usar a sua rentabilidade mensal para pagar as prestações”, avaliam Luis Gustavo e Danielle.

De acordo com os profissionais, o aumento do teto de financiamento de 70% para 80% é muito bem-vindo para o cliente, uma vez que pode vir a sobrar mais dinheiro para investir na obra. “Num imóvel de R$2 milhões, por exemplo, na regra antiga, o cliente teria que dar um sinal de R$600 mil. Agora, o valor cai para R$400 mil. Essa nova medida evitará que o cliente invista muito no sinal e não lhe sobre recursos para investir no interior ou na obra arquitetônica”, encerram Luis Gustavo e Danielle.