Estudo expõe a dinâmica do comércio varejista no Triângulo Mineiro
O Triângulo Mineiro, que responde por cerca de 11,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, foi contemplada no segundo levantamento da série que abrange as dez regiões de planejamento de Minas Gerais, realizada pela área de Estudos Econômicos da Fecomércio MG. A pesquisa aponta que, no local, predomina o setor de comércio varejista (56,5%), em comparação à participação relativa da indústria (34,7%) e da agropecuária (8,9%).
De acordo com o levantamento, 21% do comércio varejista da região atuam no segmento de tecidos, vestuário e calçados, seguidas pelo segmento de supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (20,3%). A maior parte das empresas varejistas do Triângulo (69%) se insere na categoria de microempresas (ME), registrando, em seu quadro, até nove funcionários, conforme preconiza a classificação do Sebrae. Nesse universo, 32,1% têm entre 20 e 50 anos de atuação no mercado, sendo que 81% do varejo pesquisado optam pelo Simples Nacional.
Os efeitos da recessão registrada nos últimos anos também foram avaliados. O economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, destaca que o cenário econômico instável teve impacto direto no Triângulo Mineiro. “A pesquisa aponta que 79,9% dos estabelecimentos foram afetados pela crise. O principal efeito sentido foi a queda na receita de vendas, algo apontado por 87,1% dos empresários”, ressalta.
O presidente do Sindicomércio Uberlândia, Osvaldo Ramiro Gomes, aponta a força do setor varejista como o principal impulso para a superação do atual quadro econômico. “Uberlândia possui uma economia bastante ativa. Hoje, a cidade é a maior potência econômica do estado, depois da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Isso proporciona geração de emprego e crescimento para o município. O comércio varejista de bens e serviços responde por cerca de 70% do PIB local, considerado um motivo de muito orgulho para nossa entidade, que atua diariamente em favor do setor. Buscamos sempre inovar e fortalecer a classe comercial de Uberlândia”, afirma.
O presidente do Sindicomércio Uberaba, Marcelo Árabe, afirma que a série de estudos sobre as regiões de planejamento de Minas Gerais contribui para a identificação das particularidades de cada localidade. “A análise ajuda a detectar problemas regionais, subsidiando as ações dos Sindicatos em prol do comércio de bens e serviços no município, juntamente com o Poder Público”, avalia.
Para a presidente do Sindicomércio Ituiutaba, Vera Lúcia Freitas Luzia, a pesquisa é um instrumento facilitador para o desenvolvimento das regiões. “Acreditamos ser de suma importância este estudo, que demonstra dentre outros aspectos, a predominância dos setores do comércio de bens e serviços na economia regional. Dessa forma, os poderes públicos podem criar políticas que facilitem o desenvolvimento desses setores, fortalecendo também as iniciativas privadas”, ratifica.
A pesquisa revela ainda que 76,5% dos empresários relataram investir na segurança da sua loja. O dado demonstra que a insegurança acomete não apenas os grandes centros urbanos, mas que tende a afetar o funcionamento do comércio de forma direta ou indireta. Em relação aos entraves do setor, a alta carga tributária é tida como uma das principais barreiras ao comércio.
Por fim, o estudo buscou captar a avaliação do setor produtivo sobre quais ações o governo poderia dispender para contribuir positivamente com as operações do dia a dia dos estabelecimentos comerciais. A redução da carga tributária foi apontada por 67,9% das empresas, seguida pelo crédito mais acessível para investimentos (9,2%).
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Fecomércio MG