Como a Internet das Coisas pode revolucionar a vidas das pessoas e das empresas?

Com investimento de US$ 140 bilhões até 2019, Internet das Coisas (IoT) beneficiará setores, como a indústria do petróleo, as operadoras de telefonia, as companhias de energia, o varejo, entre outros. A indústria automobilística e a mobilidade do Brasil serão revolucionadas pelos Carros Conectados. Serão mais de quatro dispositivos para cada humano no planeta.

Até 2050, a população mundial urbana deve chegar a 70%, segundo projeções da ONU. Atualmente, mais de 50% das pessoas já vivem nas cidades. Isso significará que o planejamento para a conexão dessas concentrações urbanas será ainda mais importante. O investimento em internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) que tem a função de conectar os itens utilizados no dia a dia à rede mundial de computadores, como PCs, smartphones, tablets, smartTVs, relógios inteligentes, será US$ 140 bilhões até 2019, sendo que em 2014 foi de US$ 50 bilhões. Em 2020, 6 bilhões de dispositivos de IoT serão usados pelas próprias cidades. Estimativas da Business Intelligence (BI) é de que, ainda em 2020, existirão 34 bilhões de dispositivos em todo o mundo conectados à internet. Serão mais de quatro dispositivos para cada humano no planeta. A população mundial é de 7,426 bilhões de pessoas.

Para o vice-presidente de vendas para a América Latina da Qualcomm, Marcos Lacerda, que participará do Global Mobile Internet Conference (GMIC -http://saopaulo.thegmic.com/) – um programa internacional de conferências que explora o impacto na sociedade causado pelas tecnologias mobile – no dia 24 de agosto, no WTC Events Center em São Paulo (SP), o Brasil não vai ficar de fora de todo esse avanço tecnológico. “A integração e a conectividade são caminhos naturais no Brasil, ainda mais quando vemos que quase tudo têm sua versão conectada, mas isso no Brasil irá ocorrer de forma gradual, mas exponencial, ou seja, o ritmo de integração irá acelerar mais do que o momento atual nos sugere”, explica. Já o gerente sênior de produtos da divisão de dispositivos móveis da Samsung Brasil que estará presente no GMIC São Paulo, Renato Citrini, lembra que “isso é apenas o começo de tudo o que ainda está por vir. A conectividade e realidade virtual, por exemplo, proporcionam um novo modo para o consumidor jogar, experimentar, compartilhar e visitar qualquer lugar do mundo, ao acessar conteúdos como fotos e vídeos. Uma experiência totalmente imersiva em um ambiente simulado e conectado, com ou sem interação do usuário”. O cálculo da BI ainda indica que a IoT tem o poder de revolucionar todas as coisas – casas, negócios e cidades inteiras. Apenas a IoT deve demandar investimento no quinquênio 2015/2020 de US$ 6 trilhões, ou 1,25% do PIB global no mesmo período. Esses US$ 6 trilhões gerarão retorno (ROI) de US$ 12,6 trilhões na década compreendida entre 2015-2025. “Podemos esperar que a conectividade revolucione a indústria automobilística e a mobilidade como conhecemos, por exemplo. Afinal, ao ganharem conectividade de qualidade, as possíveis aplicações e usos em um automóvel serão impossíveis de prever, e podem ser tão disruptivas quanto o Waze está sendo para o mundo dos dispositivos GPS”, afirma Lacerda que, ainda, prevê “deverão surgir uma infinidade de aplicativos e serviços específicos que irão tornar a experiência do condutor e dos passageiros mais confortável, segura e interativa. A grande maioria destas ofertas não virão diretamente das próprias montadoras ou empresas da indústria automotiva, mas sim de startups baseadas em modelos de negócio inovadores”, finaliza.

Em curto prazo adicionar conectividade a automóveis representará a continuidade da experiência que o consumidor já tem com o smartphone, com todas as facilidades e vantagens. Segundo a Nielsen, são quase 80 milhões de pessoas com acesso à internet pelo smartphone. À longo prazo, empresas e negócios irão desfrutar das vantagens, porque a conectividade afetará significativamente a forma como as pessoas se movem, principalmente em áreas urbanas, gerando oportunidades de negócios.
De olho nas necessidades e oportunidades do mercado, são 4179 startups cadastradas no país, entre os principais mercados investidos, são SaaS – Software as Service; Educação e Internet, de acordo com a Associação Brasileira de Startups. Para Citrini, esse movimento das startups é consequência da compreensão de que “o smartphone não está restrito apenas às ligações telefônicas ou demais funções básicas, como ouvir música ou responder mensagens de texto. O uso atualmente vai além, com o consumidor reconhecendo um maior valor agregado na adição de produtos e serviços para serem utilizados em conjunto de seus dispositivos, seja ele um relógio inteligente ou um dispositivo de realidade virtual. Para construir um ecossistema correto é necessário mais do que lançar novos acessórios, é preciso conhecer e entender quais são as demandas do consumidor para, a partir daí, oferecer benefícios que gerem maior valor para eles”, finaliza.

Para a União Internacional das Telecomunicações (ITU), em 2018, pelo menos metade do mundo estará conectado à internet. Atualmente, o índice é de 46,4%, segundo a Internet World Stats. Esses bilhões de dispositivos deverão ser usados, principalmente, por corporações e governos. As aplicações, afirma o estudo, orientam-se para as mais diversas áreas. Por segmento, devem se beneficiar com esse avanço da IoT, a indústria do petróleo, as manufaturas, o setor financeiro, as operadoras de telefonia, as companhias de energia, o varejo, o segmento de viagens e transportes, a indústria da alta tecnologia, o ramo farmacêutico, o automobilístico e, por fim, a indústria de mídia e entretenimento. Neste cenário, é que serão discutidos o futuro da indústria de tecnologia mobile pelo vice-presidente para a América Latina do Twitter, Guilherme Ribenboim; o gerente sênior de produtos da divisão de dispositivos móveis da Samsung Brasil, Renato Citrini; o CEO Movile, Fabricio Bloisi; o CEO P-Safe, Marco De Mello e o gerente geral da Baidu Brasil e Presidente ABO2O, Yan Di durante o Global Mobile Internet Conference (GMIC São Paulo).