Planejamento ou criatividade? O que é mais importante ao abrir um negócio?
A criatividade e o planejamento são absolutamente essenciais para uma empresa. Mas quase todos nós temos uma inclinação pessoal natural para um ou outro. Então, qual deles é mais importante ao abrir um negócio?
Ao criar uma empresa, é fundamental que o empresário tenha uma ideia, fruto da criatividade, que é o produto, o serviço — a solução que deve ser produzida. O planejamento, por sua vez, posiciona essa solução no mundo. Define o espaço, o tempo, os meios de produção e a forma mais econômica, rápida e prática de entregá-la ao cliente.
Comece pela criatividade
Podemos dizer que a criatividade é a primeira função exercida por quem pensa em montar um negócio. Para um empreendimento valer a pena, ele tem de oferecer algo novo, original e que realmente resolva um problema real. Um novo modelo de negócio, um produto de mais qualidade, um serviço mais ágil, um atendimento mais agradável e eficiente, todos esses aspectos dependem da criatividade do empreendedor, muito antes que possam ser disponibilizados ao mercado.
Mas, logo após criar o produto, já estamos pensando em como será produzido, anunciado, vendido e entregue. Ou seja, naturalmente, ao pensarmos na ideia, já começamos a planejar. De modo que, para cumprir sua função, a ideia precisa ser exequível, adaptável a um plano. Precisa convencer, atendendo a uma demanda ou resolvendo um problema do mundo real. É aí que entra a importância fundamental do planejamento.
O cliente quer o diferente, o novo, a solução de um problema ou necessidade. Muitas vezes, ele até já sabe o que quer: ele mesmo “criou” o produto em sua imaginação. Mas, é a sua empresa que sabe como produzi-lo, que cria todas as condições viáveis para realizar e entregar essa solução a ele. Sua tarefa é planejar tudo para que o produto, fruto da criatividade, seja entregue com qualidade e a um custo aceitável nas mãos do consumidor.
Não culpe o cliente se ele não entender a sua criatividade
Lembre-se de que criatividade vem de “criar”, o que significa realizar, produzir, fazer acontecer no mundo real. Se a ideia não é, ou não se tornar executável e prática, não adianta pôr a culpa nos outros, dizendo que “o público não está preparado para entender a minha genialidade”.
Só um insight, por melhor que seja na cabeça de seu criador, não é suficiente para garantir o sucesso, há de se ter competências complementares que viabilize a sua exploração concreta com a efetiva entrega ao potencial consumidor.
Pode-se dizer então que uma boa ideia já surge com o planejamento que lhe permite encaixar-se no mundo. A verdadeira criatividade está em criar boas soluções, que sejam viáveis e implementáveis por meio de diversas ações articuladas e complementares entre si.
Este orquestramento tende a ser racionalizado se premeditado por um adequado plano de ação, respaldado por um planejamento que defina as etapas, métodos e meios necessários para a realização do propósito.
Somente devemos considerar como boa e criativa, a ideia que acompanhada de bom senso prático possa ser posta em prática por meio de um minucioso planejamento que a traduza de forma transparente em um bom projeto de execução a fim de prover visibilidade e ser compreendida por todos que nela depositarão seus esforços.
O planejamento tem que, entre outros objetivos, testar modelos, simular cenários, estressar variáveis estratégicas, portanto deve gerar senso de viabilidade que garanta que possa ser vendida, que atenda a uma necessidade ou desejos legítimos do consumidor a um preço que ele esteja disposto a pagar.
Assim, a ideia não é algo vago. Pense em si mesmo como o inventor do seu negócio. Ninguém é inventor só por dizer “eu tive a ideia de um motor movido a água”. Esse sonho, qualquer um já teve, afinal de que vale uma excelente ideia que não se concretiza? O inventor, assim como o empreendedor, não é só um sonhador, mas tem de passar por todas as etapas que materializem o seu sonho num objeto real e funcional.
Planejar: a hora em que a criatividade sai da cabeça e vai para o produto
O planejamento preenche a lacuna entre o insight e o produto final, e pensa em todos os elementos organizados em etapas necessárias e graduais para que obtenhamos algo concreto. E deve, ele próprio, ser criativo também para adaptar os processos, mudando o caminho inicialmente previsto, se necessário. A produção pode envolver milhares de passos, cada um requerendo uma forma criativa de ser executado.
Por isso, quando você é o dono deve cuidar de todos os detalhes. Para isso, esmiúce as etapas e tarefas a serem cumpridas até a entrega do produto ao mercado. Anote e analise tudo. Simule todos os cenários e alternativas com suas possíveis variáveis de forma que lhe proporcione conteúdo para a tomada de decisão que mitigue surpresas e soluções emergenciais.
Enfim, explore tudo aquilo que tenha potencial para influenciar positiva ou negativamente seu objetivo, isto lhe fortalecerá perante as adversidades naturais de qualquer empreendimento. Encare cada etapa como um negócio em si, que pode ser executado, ou modificado, sempre de forma inovadora. Coloque criatividade nele, fazendo-o de forma diferente.
A criatividade é a mágica que propõe algo novo no mundo é o propulsor da evolução humana. O planejamento deve ser capaz de abstrair conceitos da ideia e converte-los em um plano concreto que materialize e consolide os meios de tornar esse algo visível, audível, palpável, compreensível, replicável, viável, agradável, acessível e vendável.
Assim, seja você mais propenso à criatividade ou ao planejamento, fica claro que o mais importante é o equilíbrio entre os dois eixos de forma complementar e constante. Não deixe suas ideias se perderem por falta de um planejamento criativo. Não permita a acomodação, seja criativo sempre, da ideia à entrega do produto final. Surpreenda seu cliente de forma estruturada, sustentável e perene.