De acordo com estudo, o Brasil é a economia mais fechada em relação aos outros países latinos
Análise teve como base os dados da Matriz Insumo-Produto elaborada pelo Ipea, Cepal e parceiros
O Ipea e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) divulgaram nesta quarta-feira (6), em Brasília, a Matriz de Insumo-Produto da América do Sul. A matriz revela dados sobre compra e venda de produtos entre 10 países da região: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Uma análise realizada pelo professor Renato Flores, do Núcleo de Prospecção e Inteligência Internacional da Fundação Getúlio Vargas, com base na matriz, concluiu que Brasil, Colômbia e Venezuela são as economias mais fechadas da região.
“O Brasil não tem, em nenhum dos 40 setores integrantes da matriz, contrapartidas de valor adicionado estrangeiro superiores a 10%. É uma economia muito fechada, um gigante egoísta”, afirmou Flores. Segundo a análise, dos 40 setores, 38 têm valor adicionado devido à participação dos demais nove países sul-americanos (PIB) inferior a 4%. “Para cada setor de um país, calculamos o quanto do valor adicionado é devido à produção de outros países. Isso é uma outra medida da integração. Fizemos isso para cada país, para cada um dos setores”, disse o professor da FGV.
A Colômbia, por sua vez, possui apenas um setor com mais de 10% de valor adicionado por outros países: Máquinas e aparelhos elétricos. Já a Venezuela tem três setores acima dos 10%: Veículos automotivos, reboques e semirreboques, calçados e outros alimentos processados. Por essa metodologia, os países mais integrados da região são Uruguai, Bolívia e Paraguai.
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