Por Francis França

Foto: Clicky

Se você é um empreendedor jovem, inteligente e com uma grande capacidade de realização, possivelmente já passou pela experiência de receber certa “lição de moral” de um possível investidor ou futuro parceiro que tinha mais idade do que você.

Sim, isso é mais comum do que se imagina! Jovens empreendedores de startups de todo o mundo enfrentam o desafio de conquistar o respeito e o interesse de profissionais e investidores experientes.

O que acontece, muitas vezes, é que esses profissionais não têm a sensibilidade de entender que uma startup é apenas o começo de um projeto promissor. A falta de experiência dos jovens e a ansiedade em conquistar o apoio tão sonhado se misturam com nervosismo e acabam dando espaço para uma espécie de “mentoria forçada”, quando deveria ser uma reunião de negócios. Eu já vivi essa situação e ela gera um desconforto tão grande que perdemos até o foco da pauta da reunião.

Apesar dos desconfortos, precisamos entender o outro lado antes de rotular as pessoas como arrogantes ou impacientes. No meu caso, essas experiências só contribuíram para meu crescimento profissional, pois me vi obrigado a assumir uma postura madura, a estudar mais antes de ir às reuniões e a me dedicar 120% para cada aspecto importante dos meus negócios. Essas pessoas me ajudaram muito, principalmente no aspecto do autoconhecimento, que é algo fundamental para qualquer empreendedor que quer obter o sucesso.

Com o tempo, adotei uma estratégia de valorização do “preconceituoso”, que repliquei aos “arrogantes” também.

Quando eu passei a entender que essas pessoas nem tinham consciência do preconceito ou da arrogância que geravam – e que era algo sentido exclusivamente por mim – passei a categorizá-las como pessoas com necessidade de falar e/ou mostrar o seu conhecimento.

A partir dessa perspectiva, os papeis se inverteram e essa atitude mudou tudo! Ao invés de eu me colocar como rival em uma disputa irrelevante pelo conhecimento, passei a ser a plateia mais vibrante que aquela pessoa precisava para se sentir valorizada e, consequentemente, eu alcançar meus objetivos com ela.

Cabe a nós, jovens empreendedores, exercitarmos a humildade e estarmos abertos a aprender com as pessoas mais experientes.

Cabe a nós, futuros investidores, ouvir com atenção as pessoas e absorver o melhor que elas têm a nos ensinar. Porque todo profissional foi um amador, todo expert foi um iniciante. Vamos valorizar os pequenos começos!

Francis França é empreendedor e consultor de negócios.