Bem-estar financeiro: 4 dicas para alcançar a estabilidade nas finanças
Por causa da instabilidade da economia mundial, é fundamental tomar precauções quanto às nossas finanças e, acima de tudo, conscientizar e educar a sociedade sobre como obter o tão desejado bem-estar financeiro – que inclui, essencialmente, a importância de poupar.
Por bem-estar financeiro entenda-se a saúde financeira de qualquer trabalhador e sua capacidade de gerenciar adequadamente sua renda.
Aquela velha conta de padeiro, como nossas avós costumavam dizer: suas despesas precisam ser proporcionais ao salário que você recebe mensalmente, evitando, assim, contrair dívidas difíceis de honrar.
Para alcançar esse bem-estar financeiro, primeiro é necessário ter “educação financeira“, ou seja, é importante que a pessoa aprenda a administrar adequadamente sua renda, o que significa manter um registro atualizado de suas despesas, entender a importância de poupar, conhecer as diversas opções de investimento disponíveis no mercado e também planejar para o futuro.
Segundo o estudo “Economize para se desenvolver”, elaborado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a América Latina economiza apenas 17,5% de seu Produto Interno Bruto (PIB), contra uma média de 33% entre os países emergentes. Trata-se de matemática pura e simples. Isso quer dizer que já passou da hora de começarmos a melhorar nossos hábitos financeiros.
A seguir, destaco quatro dicas que podem ajudá-lo a alcançar esse equilíbrio.
Administre seus gastos e crie o hábito de poupar
Todos nós devemos ser capazes de analisar como gastamos nosso dinheiro e aprender a tomar decisões que não afetem nosso bem-estar econômico. As despesas relativas às necessidades básicas, isto é, alimentos, moradia, medicamentos, escola, pagamentos de serviços etc. devem ser as primeiras a ser levadas em conta.
Você também deve incluir nesse plano uma soma voltada a entretenimento – porque ninguém é de ferro – e outra porção deve ser dedicada à poupança ou a algum investimento de longo prazo, que esteja alinhado com os seus objetivos futuros, sejam eles um casamento, um(a) filho (a), a compra de um carro ou até a aquisição do tão sonhado imóvel.
E muito importante também buscar ter uma noção, mesmo que seja básica, sobre as opções de investimento existentes no mercado e os riscos associados, para que você esteja confortável com a sua estratégia de investimento. Hoje, existem boas opções de leitura disponíveis na internet. Mas o ideal é buscar uma conversa e, até, a orientação de alguém com mais experiência no assunto.
Economize para as emergências
É importante estar economicamente preparado para enfrentar imprevistos que possam afetar o equilíbrio financeiro. Para isso, devemos ter um fundo de poupança cuja missão é cobrir despesas inesperadas, como emergências médicas, por exemplo.
Esse “colchão” pode evitar o que chamo de estresse financeiro, além de endividamentos desnecessários.
Planeje sua aposentadoria
Planejar a aposentadoria é uma parte essencial do esforço econômico para que possamos alcançar nosso bem-estar financeiro. O ideal é investir desde jovem em um fundo de aposentadoria. Existem diversas opções no mercado que podem ajudar no planejamento do futuro. Sugiro que você invista algum tempo em um “aconselhamento financeiro”, para que consiga analisar todos os benefícios oferecidos pelos diferentes fundos de aposentadoria.
Vale muito a pena investir em um fundo para garantir uma aposentadoria despreocupada.
Gosto também de comentar que, como diriam os meus pais, “de grão em grão a galinha enche o papo”, portanto, o importante é começar a poupar, mesmo que com quantias “aparentemente pequenas”, pois a recompensa virá.
Mantenha um bom histórico de crédito
Ter um histórico de crédito saudável pode tornar alguns ativos, como hipotecas ou carros, mais acessíveis. Portanto, devemos ter cuidado com o uso de cartões de crédito, pois, muitas vezes, eles nos levam a exagerar nas compras.
Recomendo, por exemplo, não comprar produtos desnecessários (sim, sei que, muitas vezes, o impulso é um desafio; eu mesmo adoro comprar vinhos e sei como é difícil resistir à tentação) e sempre rever qualquer oferta em seus termos e condições.
Eu, por exemplo, tenho o hábito de fazer lista de mercado, não somente para não esquecer algum item, mas para não comprar itens desnecessários. Também tento, ao máximo, seguir a minha lista e, dessa forma, não gastar mais do que o planejado.
E, acima de tudo, devem-se evitar os empréstimos bancários, pois eles não aumentam o seu poder de compra. Aliás, muito pelo contrário: dívidas, por mais bem negociadas que sejam, causam perdas mensais ao orçamento familiar e podem se tornar um grande golpe para as suas finanças. Entendo ser complicado fazer algumas grandes aquisições, como o tão sonhado carro ou a casa própria, e sei da dificuldade em comprá-los sem um empréstimo. Não havendo outra forma de fazê-lo, sugiro muita atenção a alguns fatores: (I) conheça os juros do empréstimo, que devem ser muito bem negociados e comparados com os dos demais bancos; (II) saiba o quanto de sua renda estará sendo comprometida, tentando evitar que, somadas todas as suas obrigações mensais (inclusive uma possível parcela de financiamento), elas não excedam mais do que 20% a 30% de sua renda; e (III) evite ao máximo reduzir a sua poupança, investimento ou previdência, em virtude de um financiamento.
Para alcançar o bem-estar financeiro ideal é preciso tempo, educação e, acima de tudo, muita disciplina. Comece estabelecendo objetivos para curto, médio e longo prazos – e respeite-os.
Costumo dizer que, nessa área de nossas vidas, não há maior paz de espírito do que não ter dívidas e estar pronto para encarar o futuro sem medo. Por isso, dê especial ênfase a alimentar sua educação financeira. Só o conhecimento e a compreensão das nossas finanças são capazes de nos levar ao tão almejado equilíbrio econômico.