Entenda por que empreendimentos digitais fracassam e quais são os erros comuns cometidos

Especialista aponta como algumas das principais falhas o excesso de ideias e a falta de segmentação.

Levantamentos realizados em 2016 revelaram que o Brasil teve um aumento considerável no número de empreendedores digitais. Com um mercado de trabalho mais enxuto, brasileiros passaram a usar a criatividade para ganhar dinheiro na internet – e vender conhecimento se tornou um ramo promissor.

Os números não negam! No período acumulado de 12 meses, entre junho de 2015 e junho de 2016, os domínios registrados no Brasil foi de média de 8%, passando de 3.650 milhões para 3.870.712, de acordo com o Registro.br. Porém, de acordo com o Sebrae, a taxa de mortalidade das empresas foi de 9,26% em 2015, mais do que o triplo em relação a 2014, que foi de 3,36%, ou seja, muitas empresas digitais recém criadas podem estar nesta estatística.

Desta forma, Bruno Nogueira Pinheiro, especializado em marketing digital e mentor de cursos para transformar profissionais liberais e desempregados em empreendedores digitais de sucesso, listou os cinco erros mais comuns que podem transformar o sonho de investir online em um fracasso imediato.

  1. Excesso de Ideias– Em uma realidade complexa, que chega a confundir o real do imaginário. Na internet é possível ter de tudo e fazer de tudo, sem limites para a imaginação, e é neste ponto que novos empreendedores pecam. Imaginam diversas possibilidades de ganhar dinheiro no ambiente virtual, mas sem definir inicialmente a Missão, a Visão e os Valores desta empresa. Assim como no ambiente off-line, deve –se ter em mente estes três fatores para poder dar continuidade na empresa online.
  1. Teorias para tudo – Fazer cursos para aumentar o conhecimento de estratégia de vendas ou mesmo possibilidade de usar ferramentas para alavancar um negócio online é um ponto que o empreendedor deve fazer, mas com ressalvas. Ao invés de dedicar o tempo na construção da plataforma, muitos acabam se dedicando apenas em estudos, e quando a teoria fala mais do que a prática, o fracasso é uma consequência.
  1. Marketing de Esperança– Colocar um outdoor nas ruas e esperar passivelmente um cliente chegar até a empresa, com a esperança de que vá fazer uma visita,  ainda tem sido uma prática bastante comum, tanto em locais físicos como online. Empreendedores acreditam no produto, deixando-o  exposto, mas com lucros imaginários, torcendo para que isso aconteça. O resultado acaba sendo zero. Nos dias de hoje, com ferramentas digitais disponíveis, é possível utilizar estratégias mais robustas, ao encontrar, monitorar e se comunicar com o cliente. Quem não “mede” o comprador do produto, de forma online, não obtém o sucesso esperado e fica apenas na esperança.
  1. Falta de segmentação– Na internet não adianta ficar vendendo produtos para qualquer pessoa como se fosse um ambulante. É preciso ter em mente qual será o produto oferecido e quem poderá comprar. Um nicho deve ser escolhido. Se o empreendedor quer vender um curso sobre como vender imóveis, por que ele vai oferecer isso para donas de casa, aposentadas e que moram de aluguel? O mundo online já permite segmentar  o tipo de cliente, de várias formas, sabendo até mesmo a renda mensal dele, porém muitos empreendedores desconhecem isso e insistem em oferecer produtos pelo facebook para amigos da rede, cujo número de curtidas incentivadoras pode ser grande, mas o faturamento será catastrófico.
  1. Comunicação robotizada –Pessoas não se relacionam com marcas, mas muitos insistem em manter esta estratégia. Nos dias de hoje, quem humaniza acaba se dando bem. Usa a comunicação de forma engajadora e interativa e trata o cliente como um grande amigo, que está passando por problemas e precisa de ajuda. Não é porque a empresa está em uma plataforma virtual, controlada por bits e algaríticos, que ela deve manter uma comunicação de robô.

 

Sobre Bruno Pinheiro

Casado e com uma filha de 1 ano e meio – que já visitou 17 países – e outro bebê recém-nascido, que já possui passaporte, Pinheiro não possuiu endereço fixo e se considera um nômade digital, por ter visitado mais de 40 países, participando de congressos de empreendedorismo online, depois que decidiu abandonar o terno, horário fixo, registro em carteira e o salário, que não o satisfazia mais. Hoje ele faz parte da geração de empreendedores digitais, que investe na internet e vem conquistando resultados positivos nos negócios.