Por que faltam mulheres no campo da tecnologia?

E o que queremos fazer para mudar isso.

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por PrograMaria.

Você já parou para pensar por que existem tão poucas mulheres programadoras, engenheiras ou cientistas?

De acordo com o Code.org, empregos na área de computação irão mais do que dobrar até 2020, para 1,4 milhão de vagas. Porém, não há mão de obra qualificada suficiente para cumprir essa demanda e a estimativa é que apenas 400.000 vagas sejam preenchidas.

E um dos principais motivos é o baixo número de mulheres na área [veja abaixo gráfico de um estudo feito em 157 países]. Apesar de serem maioria na população e no Ensino Superior, o Censo IBGE 2010 mostrou que as mulheres brasileiras representam apenas 22% das turmas de Ciências da Computação e, é claro, a falta de representatividade na educação continua no mercado de trabalho.

Disparidade de gênero no mercado da computação

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Isso não acontece por que as mulheres são menos capazes do que os homens ou porque não se interessam pelo tema. Na verdade, a maioria das mulheres não programa porque nunca sequer passou pela cabeça delas que elas poderiam tentar.

Na escola, 74% das meninas demonstram interesse nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, mas quando chega a hora de escolher uma graduação, apenas 0,4% dessas meninas escolhem Ciência da Computação.

Para uma menina, o desafio de aprender a programar se inicia antes mesmo de tentar. Faltam exemplos que a inspirem e sobram estereótipos que reforçam a ideia de que a tecnologia é um campo exclusivo para homens. A imagem de um programador é sempre masculina, branca e com ares de gênio. E é muito difícil se imaginar fazendo algo quando ninguém como você está fazendo.

E, além desta dificuldade inicial, as poucas mulheres que vencem as primeiras barreiras frequentemente desistem em algum momento da carreira. Os motivos são vários, mas todos relacionados ao ambiente hostil e machista, permeados de comentários preconceituosos como: “Melhor não explicar, pois você não entenderia” ou “Por que você não para de mexer no seu cabelo? Isso nos distrai!”.

É um dilema Tostines: Não há mulheres por que o ambiente é hostil ou o ambiente é hostil por que não há mulheres?

“O padrão contínuo de todas essas pessoas me tratando como se eu não soubesse o que estava acontecendo, ou me excluindo de conversas e não confiando em minhas afirmações, todas essas coisas somadas me mostraram que havia uma corrente de sexismo.” (Tracy Chou, engenheira no Pinterest)

O que é o PrograMaria?

Tudo começou com a ideia de formar um grupo para aprender a programar — todas nós, designers e jornalistas, tínhamos interesse em aprender, algumas já haviam até tentado, mas sentíamos falta de apoio e encorajamento. Logo percebemos que as dificuldades que tivemos pelo caminho não são apenas nossas, mas de muitas outras meninas e mulheres. Nós consumimos tecnologia, mas não estamos participando da produção dela. Por quê?
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Foto: PrograMaria

Por que o mundo da programação parece estar tão distante de nós, mulheres?

Depois de muita discussão e reflexão sobre nossa trajetória, identificamos padrões diferentes de problemas que as mulheres costumam enfrentar na relação com a programação:

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“Não sei por onde começar”, “Não é pra mim”, “Não confio que sou capaz de fazer sozinha”, entre outras dificuldades.

E o que vamos fazer?

De toda essa inquietação nasceu o PrograMaria, um meta-site sobre mulheres e tecnologia. O PrograMaria é um convite para refletir, se inspirar e aprender. Nossos objetivos são:

  1. Contribuir para que mais meninas e mulheres sintam-se motivadas e confiantes a explorar os campos da tecnologia, da programação e do empreendedorismo;
  2. Incentivar o debate sobre a falta de mulheres nesses campos;
  3. Promover oportunidades e ferramentas para que elas deem os primeiros passos na aprendizagem da programação.

Faremos isso com entrevistas, reportagens, tutoriais, infográficos e outros conteúdos que inspirem todas e todos a reverter esse quadro tão negativo. E, num futuro próximo, iremos promover encontros, oficinas e outros eventos para fazer com que pessoas com mesmo interesse se conheçam, troquem experiências e criem! *

Mais do que ajudar a aprender as ferramentas necessárias, o PrograMaria quer empoderar meninas e mulheres, mostrando que elas são capazes de realizar suas próprias ideias.

Vem com a gente! 🙂

Este artigo foi publicado originalmente no Medium do PrograMaria.
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