Mulheres na TI: representividade por trás dos computadores
Basta entrar em uma empresa de tecnologia ou no departamento de TI das organizações para ver que o número de profissionais do sexo masculino é bem maior do que o número de mulheres.
Contudo, a participação das mulheres na TI aos poucos vem aumentando, afinal essa é uma profissão que traz oportunidades promissoras e salários diferenciados, em comparação a outras áreas.
Segundo Georgia Nogueira Barbosa, gerente da unidade FH – Rio de Janeiro, a área de tecnologia tem um amplo leque de atuação e boas oportunidades para ambos os sexos. “Porém, é preciso ter facilidade de adaptação, uma vez que muitos projetos e trabalhos na área de TI são em cidades diferentes”, afirma Georgia, que é formada em Processamento de Dados, tem especialização em Qualidade e Produtividade e é mestre em Engenharia de Produção e Sistema.
Sobre os desafios enfrentados pelas mulheres na TI no decorrer dos 25 anos dedicados a área, Georgia conta que, após a graduação, foi trabalhar como analista de suporte e nos primeiros atendimentos chegou a sentir certo estranhamento por parte de alguns clientes, que provavelmente tinham a expectativa de serem atendidos por alguém do sexo masculino. “As dificuldades existem em qualquer profissão e o preconceito pode surgir, mas ele ‘vai embora’ quando demonstramos conhecimento e postura profissional”, diz.
Georgia também trabalhou como analista de sistema e gerente de TI em uma metalúrgica, onde o número de mulheres era restrito. Na FH, empresa de tecnologia especializada em processos de negócios e software, já atuou como executiva de contas e, hoje, ocupa o cargo de gerente de unidade, além de ser uma das sócias da companhia que tem atuação em mais de 30 países.
“Foi na FH que conquistei um importante passo para a minha carreira. Independente do sexo, a empresa sempre reconheceu as pessoas pelo comprometimento e capacidade, exemplo disso é que fui a primeira pessoa da área comercial a ser convida a fazer parte do grupo de sócios”, expõe.
Mas, como não é novidade, se destacar na profissão não é uma tarefa simples. A gerente comenta que as jornadas de trabalho além do horário comercial podem ser um obstáculo para muitas pessoas. “Conciliar a vida profissional com a vida pessoal nem sempre é fácil, o bom é que as mulheres costumam ser flexíveis e com determinação conseguem aliar esses dois pontos”, conclui.
Outra representante das mulheres na TI que se destaca no time de profissionais da FH é Adriana de Medeiros, que também é formada em Processamento de Dados e trabalha na área de TI há 25 anos, só com programação são 20 anos.
“Logo que me formei fui trabalhar como freelancer. Junto com um amigo de faculdade, desenvolvi um sistema de controle de estoque e, então, prestava suporte desse software. Depois fui para uma multinacional, onde atuei como analista de sistemas, desenvolvimento de software e suporte aos usuários. Em 1999, iniciei minha trajetória no mundo SAP, atuando como desenvolvedora ABAP. E, em 2013, iniciei as atividades na FH, onde estou até hoje.
Adriana acredita que o diferencial para esta e qualquer profissão é a atualização contínua. Para isso, ela não mede esforços, tanto que já fez quatro especializações (Planejamento e Gerenciamento Estratégico, Análise de Negócios, Inteligência de Negócios e MBA Executivo em Gestão de Projetos) e este ano está concluindo o mestrado em Computação Aplicada, com o tema de pesquisa focado em qualidade de software.
“Tive muitas oportunidades na área de TI. Me considero uma pessoa realizada, especialmente agora com a finalização do mestrado, que abre as portas para a sala de aula – pode ser um bom plano de atividade para o futuro”, finaliza Adriana.
Representatividade feminina
Por meio do mestrado, a especialista em Negócios, Pesquisa e Desenvolvimento da FH, conheceu o Emíli@s – Armação em Bits, projeto desenvolvido pelo Departamento Acadêmico de Informática da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Curitiba. “É um projeto muito bacana, o objetivo é realizar ações para aumentar a representatividade das mulheres na TI, despertando o interesse de futuras estudantes e mantendo a motivação das atuais estudantes dos cursos de Engenharia da Computação e Sistemas de Informação”, relata Adriana.