3 lições da campanha eleitoral de Trump para as empresas

Por Diego Simioni
Foto: Huffpost

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O mundo foi surpreendido no começo da semana: Donald Trump será o novo presidente dos EUA. O que isso significa? Ninguém sabe ainda responder! Entretanto, nesse momento, a pergunta mais relevante talvez seja: Como ele foi eleito?

Não caia nas explicações simplicistas de que Trump foi eleito apenas por conta da investigação do FBI sobre os e-mails de Hilary, ou que ele foi eleito pelo eleitorado branco pouco instruído. O grande ponto é: o que ele fez para ter conquistado a maioria do eleitorado americano, independente de quem ele seja?

Se você gosta ou não de Donald Trump, não importa. O fato inegável é que, apesar das chacotas e toda torcida contra, a eleição de Trump traz algumas lições interessantes para os marketeiros e empresários de plantão.

1. Esqueça o “Vanilla Marketing”

Acredito que a principal mensagem é que o “vanilla marketing”, aquele onde você se abstém de tomar posições e tenta agradar o maior número de pessoas possíveis, está com seus dias contados.

Trump claramente demonstrou isso: expôs sua opinião polêmica em assuntos extremamente polêmicos! A maioria dos políticos tem horror de tomar partido em determinados assuntos e Trump fez exatamente o contrário.

Mesmo sem ser questionado, ele mostrava o tempo todo suas opiniões nada convencionais. Jogada de marketing ou não o fato é: Trump causou impacto e criou uma legião de apoiadores fervorosos. A estratégia do “ame ou odeie” venceu o “politicamente correto”.

2. Desconfie das suas pesquisas

Empresários e marketeiros adoram tomar “opiniões informadas” e contratar pesquisas para respaldar decisões. Agora, será que essas pesquisas de mercado, não são apenas uma forma de proteger suas carreiras caso suas decisões de negócios saiam errado? Ou ainda, culpar a falta de tempo ou orçamento para realizar pesquisas, pelos insucessos de suas iniciativas?

Não estou querendo generalizar e entendo muito bem o valor de pesquisas de mercado. Mas, assim como as pesquisas que mostravam que o Brexit não ia acontecer e que Trump tinha pequena possibilidade de ser eleito, será que as pesquisas de mercado que sua empresa conduz estão lhe dizendo aquilo que o consumidor faz, ou aquilo que ele diz que faz? Ou pior ainda: afinal, suas pesquisas dizem alguma coisa ou elas só servem para justificar suas opiniões pré-existentes?

3. A grande mídia erra o tempo todo

Eu acompanhei de perto todos os debates e os comentários nos jornais e noticiários americanos. O fato é que a maioria deles dizia que Trump estava despreparado, agia como se não tivesse feito a lição de casa e que Hilary tinha sido vencedora em todos os debates.

Na verdade, mais da metade do povo americano provou ter entendido o contrário. Seu posicionamento mais original e menos ensaiado, provou-se eficaz. E, mesmo que Trump não seja referência no assunto, autenticidade importa!

A mídia americana, por outro lado, estava convencida de sua própria opinião que se auto reforçava a cada dia. Duvidaram o tempo todo da possibilidade de Trump ser eleito e o pior é que, por isso, a mídia mainstream não cumpriu sua função, que é entender todos os ângulos da história e informar seus leitores de quais eram realmente suas propostas, se eram factíveis ou não e se, caso fossem implementadas, qual seria seu impacto.

Agora o sujeito está eleito e ninguém tem pistas do que vai acontecer de fato! Portanto, cuidado ao julgar que a mídia reflete exatamente o que seu público pensa ou faz. Essa pode ser uma armadilha perigosa.

Diego Simioni é administrador de empresas e fundador do FranquiAZ consultoria especializada no segmento de franquias.