Brasil só da prejuízo às montadoras, diz dono de rede de concessionárias

De acordo com Sérgio Habib, presidente do Grupo SHC, as montadoras perdem dinheiro no Brasil. 

Foto via Em Tempo

Representante da JAC Motors no Brasil e dono de redes de concessionários, o empresário comenta que as vendas despencaram por conta da alta taxa de juros, que subiu de 7% em 2011 para 12,25% em 2016, chegando no período de cinco anos a 14%.

Além disso, Sérgio Habib atribui também a queda à elevação do IPI para automóveis, especialmente os populares, que passou de 0% para 7%, bem como também a alta do dólar, que encarece peças e componentes, assim como o aço, regido pela cotação internacional. Ele lista também plástico, pneu e eletrônica afetados pela variação cambial. Mas, no período, a renda per capita caiu 10%, afirma o empresário. Outro fator foi a instituição do IPI adicional de 30%, condenado pela OMC.

Sérgio Habib diz que as montadoras perdem dinheiro no Brasil atualmente.

Apesar de os fabricantes não detalharem seus resultados, o executivo revela que sabe disso através de sua experiência de 30 anos no mercado e conversas com executivos do setor. O representante da JAC fala também que apenas as asiáticas Nissan, Hyundai, Toyota e Honda cresceram e que as tradicionais GM, Ford, VW e Fiat não deverão receber grandes investimentos por conta das perdas na região. Sérgio Habib prevê uma redução de veículos novos no Brasil.

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Diferença dos mercado brasileiro e chinês

O empresário compara as operações da VW no Brasil e na China, dizendo que a marca alemã investe mais no mercado asiático, pois as vendas de lá subiram de 2 milhões em 2000 para 28 milhões em 2016. O fabricante de Wolfsburg é líder e vendeu 3,9 milhões no ano passado. Aqui, caiu de 21,7% para 11%. Assim, os investimentos em produto acabam indo para a China. Sérgio Habib fala que a VW não vende mais porque não quer. Apesar disso, a montadora anunciou quatro modelos feitos sobre a MQB-A0 a partir desse ano.

O executivo também revelou que marcas como Jaguar Land Rover, BMW e Mercedes perderam dinheiro com suas operações de baixo volume de produção no país, pois com a queda nas vendas de carros de luxo, não houve tempo para recuperar o investimento.

Em relação aos concessionários, Sérgio Habib diz que em torno de 2 mil revendas fecharam as portas em cinco anos. Só o grupo SHC caiu de 90 para 45 lojas, sem contar a rede da JAC Motors.

Para Habib, o mercado brasileiro deve voltar ao patamar de 3,6 milhões de carros apenas em 2025 ou 2030, prevendo entre cinco e seis anos de recuperação até atingir o nível de 2011. Como já mencionou outras vezes, o empresário fala que a confiança no futuro é primordial para vendas de automóveis. Se o consumidor está inseguro quanto ao emprego, ele continua com o carro ou parte para um usado. É neste último caso que o empresário passa a apostar agora, criando uma rede de lojas de usados, um mercado que ele estima em 10 milhões por ano no país.

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