Projeções de inadimplência assustam – veja orientações de educação financeira

O primeiro passo, antes de mesmo de estabelecer um planejamento para quitar as dívidas em atraso, é refletir sobre os hábitos e comportamentos que levaram a essa situação.

Quase metade dos brasileiros hoje inadimplentes, 46,5%, não terá condições de pagar suas dívidas em atraso nos próximos três meses. Desemprego, diminuição da renda e falta de planejamento e controle financeiro são os principais motivos, de acordo com a Pesquisa Nacional do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Entretanto, mesmo em meio a cenário crítico, é possível organizar o orçamento e sair da inadimplência.

O primeiro passo, antes de mesmo de estabelecer um planejamento para quitar as dívidas em atraso, é refletir sobre os hábitos e comportamentos que levaram a essa situação. Para isso, é importante fazer um diagnóstico financeiro e conhecer, definitivamente, de que forma gasta seu dinheiro. Portanto, o inadimplente deve:

  • Anotar durante 30 dias todos os gastos que tiver, separando por tipo de despesa. Isso inclui gastos “pequenos”, que podem até ser considerado menos importantes, como gorjetas e guloseimas, pois no final do período será possível compreender de que forma, efetivamente, o dinheiro está sendo gasto. Isso nada mais é do que fazer um verdadeiro diagnóstico do seu perfil financeiro;
  • Relacionar, no mínimo, três sonhos: um de curto (até um ano), um de médio (de um a dez anos) e outro de longo (acima de dez anos) prazo, sendo que um deles deve ser o de sair das dívidas;
  • Com os números do diagnóstico financeiro em mãos, saber quais gastos poderá diminuir ou até mesmo eliminar para conseguir poupar mensalmente para realizar o sonho de sair das dívidas sem que tenha que fazer outra dívida;
  • Aplicar esse dinheiro em um investimento que seja coerente ao tipo de objetivo (prazo) e ao perfil do investidor. É importante consultar um especialista;
  • Colocar na ponta do lápis todas as dívidas que possuir, separando as que correspondem a serviços e produtos de necessidade básica, que não podem ser cortados (como água, energia elétrica, gás e aluguel) e as que sofrem juros mais altos (como cartão de crédito e cheque especial), considerando essas como prioridade para pagamento;
  • Ter em mente que só se deve pagar uma dívida quando se tem condições de fazer isso, ou seja, após se planejar, pois um passo precipitado pode até piorar a situação. Portanto, só se deve procurar um credor, quando já souber quanto terá disponível mensalmente para pagar e, então, poder negociar.

Dentre os entrevistados na pesquisa que não poderão pagar suas dívidas por conta do descontrole financeiro, 31,7% alegou que o principal motivo é a vontade de aproveitar promoções sem avaliar o orçamento e 29,3% alegou não saber negociar bem no momento da compra. Portanto, há algumas perguntas que o consumidor deve se fazer antes de qualquer compra:

  • Eu realmente preciso desse produto?
  • O que ele vai trazer de benefício para a minha vida?
  • Se eu não comprar isso hoje, o que acontecerá?
  • Estou comprando por necessidade real ou movido por outro sentimento, como carência ou baixa autoestima?
  • Estou comprando por mim ou influenciado por outra pessoa ou por propaganda sedutora?

Se mesmo diante deste questionamento, a pessoa concluir que realmente precisa comprar o produto, é prudente se fazer mais algumas perguntas como:

  • De quanto eu disponho efetivamente para gastar?
  • Tenho o dinheiro para comprar à vista?
  • Precisarei comprar a prazo e pagar juros?
  • Tenho o valor referente a uma parcela, mas o terei daqui a três, seis ou doze meses?
  • Preciso do modelo mais sofisticado, ou um básico, mais em conta, atenderia perfeitamente à minha necessidade?

Dessa forma, é possível mudar hábitos e sair da situação de inadimplência de forma definitiva.

Fonte: DSOP Educação Financeira