Quais as propostas dos presidenciáveis para a educação
Na medida em que o segundo turno se aproxima, os candidatos à presidência da República reforçam suas propostas de governo para o Brasil. A educação é um dos temas de maior demanda da população e mais recorrentes em debates. Dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad) apontou que o Brasil tem cerca de 11 milhões e 500 mil analfabetos.
O orçamento global do Ministério da Educação em 2018 foi de R$ 100 bilhões, mas há anos a pasta sofre com falta de recursos e corta cada vez mais gastos, já que boa parte do dinheiro vai para o pagamento de despesas obrigatórias, como pagamento de professores de universidades federais.
Da direita à esquerda, os presidenciáveis defendem diferentes pontos de vista para a educação brasileira. Confira:
Fernando Haddad
O candidato Fernando Haddad entende que, para o crescimento e aprimoramento do sistema educacional, é preciso revogar a emenda do teto de gastos e retomar os recursos dos royalities do petróleo e do Fundo Social do Pré-Sal – medida que valeria também para a saúde.
Diferente das outras propostas de governo, Fernando Haddad propõe priorizar o ensino médio. Há a ideia do Programa Ensino Médio Federal, que amplia a participação da União nesse nível de ensino.
O petista também propõe, caso eleito, realizar anualmente uma Prova Nacional para Ingresso na Carreira Docente na rede pública de educação básica. Contrário ao Escola Sem Partido, Haddad propõe a Escola com Ciência e Cultura, para valorizar a diversidade.
“Cuidar do que já estava sendo cuidado, e vinha reagindo, mas ter um foco especial no ensino médio. Qual a proposta? Que a nossa rede federal de escolas técnicas, que elas adotem o ensino médio público do país, para recuperar essas escolas. Então, cada escola federal vai ser responsável por uma, duas ou três escolas estaduais. Começando pelas de pior desempenho, maior evasão, para promover aquelas escolas”, ressalta.
Jair Bolsonaro
No plano de governo de Jair Bolsonaro, há 7 páginas destinadas à educação. Nenhuma delas, no entanto, apresenta uma proposta concreta para o desenvolvimento da área.
Em boa parte do texto, há críticas ao atual sistema educacional brasileiro. Muitos dados são apresentados, inclusive o de gastos. De acordo com o plano do capitão reformado, quase 58% do total investido em educação é destinado às despesas obrigatórias. Com ideias rasas, o programa de governo diz que é preciso “maior esforço” com a educação infantil, fundamental e média.
No ensino superior, o militar aponta que “as universidades precisam gerar avanços técnicos para o Brasil, buscando formas de elevar a produtividade, a riqueza e o bem-estar da população”, além de “fomentar o empreendedorismo para que o jovem saia da faculdade pensando em abrir uma empresa”. Na proposta, países como Japão e Coreia do Sul são citados como exemplo.
Em uma das poucas ideias concretas, Bolsonaro propõe revisar o conteúdo escolar, o que inclui a extinção da ideologia de Paulo Freire. Na última página destinada à educação, o programa de governo propõe integração entre os governos federal, estadual e municipal.