Seria o empreendedorismo digital uma saída para a crise individual?

Especialista no assunto avalia os prós e contras do empreendedorismo como solução para os problemas profissionais.

*Escrito por Mauro Calil

Catorze milhões de desempregados e outros tantos assistidos, amparados ou desalentados. Somam-se a eles os “nem nem”, cerca de 10 milhões de jovens que nem trabalham nem estudam. Números do IBGE.

As pesquisas mostram que, apesar de tudo, as pessoas têm esperança e desejam melhorar de vida, enriquecer, e buscam a virada financeira em suas vidas.

Neste ambiente, o empreendedorismo digital ganha espaço por alguns fatores básicos. O primeiro é acessibilidade. Se você tem um smartphone com um pacote básico de internet, já possui os meios tecnológicos mínimos para se lançar nisto. Mas somente isso não é segredo e muito menos receita de sucesso.

Em meu livro “Separe uma verba para ser feliz“, mostro como talentos individuais podem se transformar facilmente em fonte de renda extra e/ou principal. No Youtube muitos especialistas do mundo on-line indicam caminhos para que indivíduos “monetizem” seus talentos e gerem renda, usando a internet como meio de divulgação e vendas. Vale ressaltar que a renda pode atingir números elevados.

O maior player brasileiro a facilitar a venda de “infoprodutos” (conteúdo digital) vislumbrou uma forma de acelerar ainda mais seus negócios ao realizar evento chamado FIRE. Ele se baseia na oportunidade formada pela conjugação do difícil ambiente macroeconômico para o emprego formal aliado às facilidades tecnológicas.

Segundo João Pedro Resende, CEO da Hotmart, FIRE é o acrônimo de Fun (diversão) , Innovation (inovação) , Reach (alcance) , Entrepreneurship (empreendedorismo). O FIRE está na sua segunda edição e promete uma agenda intensa com muita informação para quem deseja se aventurar ou, se aprofundar, no novíssimo mundo digital que, muitas vezes, desafia a lógica comercial e posicionamento de marca do mundo real.

O que percebo até agora é que o empreendedorismo digital tem um preço reduzido para o investimento inicial. Portanto, um risco pessoal muitíssimo menor que o observado usualmente no mundo real. No entanto, seus desafios, a começar da dedicação em horas de estudo e trabalho dispensadas ao projeto on-line, não são menores. Assim sendo, mesmo que você não tenha todas as informações – “e nunca as teremos” diz João Pedro Resende – é preciso ter algum conhecimento tecnológico e muita disponibilidade e disciplina.

Eu irei ao FIRE e verei um pouco mais de perto como pessoas reais trabalham e fazem a cara de um novo mundo digital, apesar da crise on e off line.

Este artigo foi escrito por Mauro Calil e publicado no Exame.com.