10 coisas que as empresas digitais podem ensinar para as convencionais
Há 50 anos, a ciência de gerenciamento mais moderna era focada na fabricação em massa e na indústria automotiva.
Atualmente, o epicentro são as empresas digitais, ou seja, aquelas fundadas após 1995, cujos modelos operacionais e capacidades têm como competência central a exploração de informação da era da Internet e as tecnologias digitais. Na opinião do Gartner, elas têm muito a ensinar às empresas convencionais, também na áea de gestão.
Na opinião da consultoria, as empresas convencionais podem replicar determinados aspectos das empresas digitais, particularmente em três áreas: Negócios, Gerenciamento de Risco e Recursos.
“As organizações convencionais são, com frequência, resistentes à ideia de que podem reproduzir alguns desses conceitos em suas próprias empresas”, afirma Mark Raskino, Vice-Presidente de Pesquisas e Fellow do Gartner.
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Pensamentos do tipo “são startups, então podem operar de forma diferente”, “são empresas pequenas, que trabalham com o efêmero” ou “todas têm sede nos EUA” já não são justificáveis. A Amazon, por exemplo, já opera há 20 anos, a Google tem 60 mil funcionários, a Tesla Motors fabrica carros e há empresas digitais internacionais, como a Alibaba Group, com sede na China.
“É isso o que está definindo o cenário da ciência de gerenciamento moderna e o sucesso estratégico de forma geral. As técnicas que eles criaram são muito poderosas e devem ser copiadas. Não é um bicho de sete cabeças, é liderar a transformação e pensar de forma diferente”, explica Raskino.
Segundo o Gartner, é possível replicar técnicas de empresas digitais em ao menos três áreas:
Foco em negócios
1. A missão é importante
empresas digitais articulam declarações de missão específicas e assertivas que dizem “isso é o que nós, como empresa, estamos aqui para fazer”. Essa afirmação os orienta. A missão da Uber é “tornar o transporte tão confiável como água corrente, em qualquer lugar, para qualquer um”. A Uber reconhece a ideia de que, no século XXI, deveria ser fácil conseguir um táxi, e esse é um princípio de organização fundamental da companhia. “Todos nessa empresa sabem para onde estão indo”, afirma Raskino.
2. Experiências com modelos de negócios
Quando falamos de modelos de negócios, as empresas digitais exploram e testam ideias. Elas podem experimentar alguns tipos e acabar com uma mistura. O LinkedIn tem três formas: Soluções de Talentos, Inscrições Premium e Soluções de Marketing. A companhia trata os modelos de negócios de maneira fluida e “se coloca no eixo” para encontrar e refinar padrões. Se o experimento falhar, eles tentaram algo diferente.
3. Centralização no usuário
As empresas digitais concentram-se nos usuários e em tornar a experiência perfeita para eles, com a filosofia de que, se eles fizerem o produto perfeito para os clientes, o dinheiro fluirá. O foco incessante no usuário final parece ter sucesso no mundo digital bem-sucedido.
Gestão de Risco
4. Risco relativo
As companhias convencionais ainda tomam decisões baseadas no instinto, já as empresas de origem digital utilizam todas as ferramentas e dados existentes para guiar as decisões. Essas organizações irão comparar a ação de risco à ameaça de inércia, caso outra companhia experimente a ideia.
5. Investimento em portfólio
Nos negócios tradicionais, a maioria dos projetos deve ter sucesso – e os departamentos de TI estão bloqueados dentro dessa mentalidade. As empresas digitais gerenciam o portfólio de forma diferente. Por exemplo, elas esperam que dois em cada 10 projetos tenham sucesso e oito falhem.
6. Orientação por dados
As empresas digitais tomam decisões com base em dados. Isso significa que elas são implacáveis em relação aos testes A/B, tentando tudo o que é possível, e decidem sobre métricas antes de criar. Nessas companhias, “os dados decidirão”.
Veja também: Cinco passos para criar uma cultura empresarial orientada por dados
Recursos
7. Máquina em primeiro lugar
Quando as empresas de origem digital se expandem, elas tentam não incluir tanta burocracia. Elas buscam comprar ou criar um software a fim de evitar a desaceleração gerada por excesso de pessoal. Não é questão de ser antagonista com relação às pessoas, mas sim de manter a velocidade e a agilidade. A quantidade de funcionários não reflete mais o sucesso de uma companhia. Por exemplo, o SnapChat tem somente 330 funcionários e o Pinterest, apenas 600.
8. Lealdade aos Geeks
As companhias digitais honram e respeitam a equipe técnica e de TI. Esses profissionais são incluídos em conversas importantes e podem levar ao CEO ideias sobre tecnologia emergente, como Blockchain.
9. Talento extremo
As empresas digitais entendem que equipes menores e com mais qualidade proporcionam maior desempenho e que a diversidade cognitiva aumenta a criatividade. Elas preferem investir muito dinheiro em poucas pessoas do que uma quantia mediana em um time muito grande.
10. Aquisições pequenas
As empresas digitais se sentem tranquilas em trabalhar com empresas menores porque estão tentando encontrar produtos ou serviços exclusivos para diferenciá-las. Se o digital é importante para o cliente final, é necessário encontrar algo diferente e especial para oferecer. Frequentemente, são as pequenas empresas que viabilizam essa diferenciação e podem ser adquiridas com mais facilidade e menor custo em comparação a grandes fusões com organizações que não fornecem nenhuma inovação.
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