EMPRESA INTELIGENTE: 5 tendências em tecnologias emergentes com potencial de disrupção

Os rápidos avanços na Inteligência Artificial (IA) e outras tecnologias impulsionam a criação da chamada empresa inteligente, permitindo que as empresas se integrem à rotina das pessoas, segundo o estudo Technology Vision 2018, da Accenture.

Pesquisa sobre Empresa Inteligente

Foto: Accenture

O relatório anual traz as principais tendências em tecnologia com potencial de revolucionar o mercado ao longo dos próximos três anos. De acordo com a pesquisa, capitalizar oportunidades de crescimento – e, ao mesmo tempo, ter um impacto positivo na sociedade – exige uma nova geração de líderes que priorizem a confiança e a responsabilidade.

O estudo deste ano, intitulado “Intelligent Enterprise Unleashed: Redefine Your Company Based on the Company You Keep” (em português, “A Empresa Inteligente: Reinvente Sua Companhia ao Lado de Quem Te Acompanha”), destaca a forma como os rápidos avanços tecnológicos – incluindo Inteligência Artificial, Advanced Analytics e computação em nuvem – possibilitam que as empresas criem produtos e serviços inovadores, mas também mudem a maneira como as pessoas trabalham e vivem. Esse fenômeno, por sua vez, está mudando os relacionamentos das empresas com seus clientes e parceiros de negócios.

O estudo envolveu entrevistas com mais de 6.300 executivos de negócios e de TI do mundo todo.

Oitenta e quatro por cento dos entrevistados concordam que, por meio da tecnologia, as empresas estão se integrando cada vez mais ao modo de vida das pessoas.

Por exemplo, a empresa inteligente Amazon – com sua grande presença on-line, mas também com o dispositivo Echo e a assistente inteligente Alexa – passou a fazer parte da rotina dos consumidores de tal forma que os condomínios residenciais modernos já contam com guarda-volumes exclusivos da Amazon para uso dos moradores. É comum que alguns clientes permitam o acesso físico às suas casas por meio de uma fechadura inteligente (smart lock). Dessa forma, entregadores da Amazon podem deixar as mercadorias mesmo quando não houver ninguém para recebê-las pessoalmente.

“A tecnologia é parte de nossas rotinas e está reformulando grande parte da sociedade”, afirma Paul Daugherty, CTIO da Accenture. “Da mesma forma que, no passado, as cidades se desenvolveram em torno de portos e ferrovias ou que as pessoas reconstruíram suas vidas com a chegada da eletricidade, o mundo de hoje está se reimaginando em torno da inovação digital – e, por extensão, as empresas que oferecem esses serviços. Essas mudanças exigem um novo tipo de relacionamento, com base na confiança e no compartilhamento de grandes quantidades de informações pessoais”.

O estudo mostra que essa transformação tecnológica mais recente é única e favorecerá a empresa inteligente.

E a mudança ocorre em via de mão dupla: as pessoas não apenas usam os produtos e serviços das empresas, mas também devolvem informações e acesso. Esse nível de “inovação integrada” e de confiança exige um relacionamento mais profundo – uma parceria de verdade, baseada nos produtos e, principalmente, nos objetivos e valores de uma empresa. Essa parceria de mão dupla traz consigo novas responsabilidades – para os consumidores, parceiros de negócios e sociedade como um todo –, demandando liderança e comprometimento desde os níveis mais altos.

Organizações antenadas entendem que essas novas expectativas sociais podem ser transformadas em pontos fortes. E elas estão lançando mão de interações mais amplas para construir parcerias com clientes, funcionários, governos e o público em geral. Isso se estende para além dos setores de consumo ou varejo.

A Tesla, por exemplo, é uma empresa inteligente que está firmando parcerias com governos a fim de desenvolver a legislação necessária para veículos autônomos. A Siemens, ao oferecer o sistema operacional MindSphere para a Internet das Coisas – que pode ser usado em dispositivos de manufatura, componentes de smart grid ou equipamentos de geração de energia –, cria novas parcerias e se torna parte dos projetos de seus parceiros de negócios.

Foto: Accenture

O estudo Technology Vision identifica cinco tendências emergentes em tecnologia que uma empresa inteligente precisa entender para construir as parcerias necessárias para obter sucesso na economia digital de hoje:

  • IA dos Cidadãos: O Crescimento da IA para Beneficiar as Empresas e a Sociedade – À medida que as capacidades da Inteligência Artificial (IA) aumentam, cresce também seu impacto na vida das pessoas. As empresas que planejam lucrar com o potencial da IA precisam entender esse impacto, utilizando-a para agir como um representante responsável.
  • Realidade Estendida: O Fim da Distância – As tecnologias de realidade virtual e aumentada estão transformando o modo de viver e trabalhar das pessoas, encurtando distâncias e aumentando o acesso a informações e experiências.
  • Veracidade de Dados: A Importância da Confiança – À medida que as empresas se transformam para funcionar com base em dados, é necessário encarar um novo tipo de vulnerabilidade: dados imprecisos, manipulados e tendenciosos, que levam a percepções equivocadas e decisões questionáveis. Para enfrentar esse desafio, as empresas precisam seguir um caminho de forma a maximizar a veracidade e minimizar as brechas para manipulação de dados.
  • Empresa sem Atrito: Criada para Parcerias em Escala – O crescimento das empresas depende de parcerias baseadas em tecnologia, mas seus sistemas dificilmente suportam esse tipo de mudança. É importante que as empresas se reestruturem para que possam se posicionar como organizações inteligentes e conectadas.
  • A Internet do Pensamento: Criação de Sistemas Inteligentes Distribuídos – As empresas estão apostando alto em ambientes inteligentes por meio de robótica, IA e experiências imersivas, mas tornar esse tipo de cenário realidade irá exigir muito mais do que simplesmente agregar novas habilidades e capacidades da força de trabalho, incluindo a modernização da infraestrutura tecnológica atual da organização.

“As empresas estão construindo maior confiança e conseguem se integrar à sociedade por meio dessas novas parcerias com clientes, funcionários e parceiros de negócios, tornando-se mais indispensáveis e alimentando o próprio crescimento”, afirma Daugherty.

Para acessar a página do estudo em português, clique aqui.

 


Informações:
Burson-Marsteller