3 fatores que o Vale do Silício e polos tecnológicos brasileiros possuem em comum
Aproximação das universidades e da comunidade de TI com as startups e o fenômeno chamado Corporate Venture impulsionam um mercado mais colaborativo
No Brasil, o cenário de crise impulsionou iniciativas envolvendo novos negócios, sejam apenas ideias, criação de novas startups, aceleradoras ou, ainda, investidores de olho nas pequenas pelo potencial de criarem projetos inovadores e se tornarem grandes conglomerados, impulsionando o chamado Corporate Venture.
De acordo com o último relatório sobre o empreendedorismo no Brasil, feito pela Global Entrepreneurship Monitor e publicado pelo SEBRAE, a taxa de empreendedorismo brasileiro cresceu de 34,4% para 39,3% em 2015. Segundo Allan Pires, CEO da consultoria PA Latino-americana e da multinacional dinamarquesa Targit, os Estados de Goiás, São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais são exemplos de que o Brasil está próximo de algo semelhante ao movimento do Vale do Silício por conta de três fatores decisivos:
1. Conhecimento acadêmico
A região do Vale do Silício possui diversas excelentes Universidades, como é o caso da Stanford University, uma das instituições de pesquisa de ensino mais prestigiadas globalmente. O local é cercado por alunos e docentes, que impulsionam a troca de conhecimento constante, gerando grandes ideias. A busca por apoio de uma forte base acadêmica é tão importante para uma empresa tradicional quanto para as que estão começando agora. Exemplo clássico desse movimento foi a aproximação entre a comunidade de TI e o governo estadual de Goiânia, auxiliando no desenvolvimento de startups, principalmente em termos de financiamento e pesquisa. Outros exemplos de regiões é a Santa Rita do Sapucaí e Santa Catarina;
2. Investidores dispostos a correr o risco
As empresas compradoras de tecnologia estão cada vez mais próximas das startups. Exemplo disso é o movimento do Corporate Venture, que traz a proposta de investimento das grandes corporações em negócios nascentes e isolados e que, futuramente, podem ser incorporados aos próprios negócios do grupo empresarial, visando o lucro futuro. No Brasil, já é possível identificar a criação de novas unidades de negócio em empresas já existentes;
3. Alianças corporativas
Apesar de a cultura ser recente em relação à criação de uma rede de alianças, é essencial possuir uma base apoiadora, seja ela da área acadêmica ou mercadológica. Saber identificar potenciais investidores e ofertar a estas pessoas participação societária como forma de inventivo é uma forma de crescer. O que era muito comum no Vale do Silício e hoje já é possível identificar no Brasil e atualmente startups bem sucedidas ou em crescente expansão possuem aliados.