Jogos Rio 2016: interatividade foi destaque em evento totalmente ligado ao digital
As tecnologias digitais transformaram as Olimpíadas, e hoje a expectativa pela inovação é quase tão grande quanto a expectativa pelos jogos. Artigo escrito por Marcus Leite.
Não foi só o desempenho excepcional dos grandes atletas que nos impressionou nos Jogos Olímpicos Rio 2016. O amplo uso das tecnologias digitais nas arenas cariocas representou um verdadeiro marco histórico que não passou despercebido do grande público do maior evento esportivo do mundo.
O desafio de combinar inovação, confiabilidade e alto desempenho para atender aos rigorosos requisitos internacionais e os níveis de serviços extremamente agressivos, realmente botou à prova as capacidades e os limites de tecnologias como Internet das Coisas, BigData, Mobile e CloudComputing. Todas elas, incorporadas às soluções para suporte aos jogos, telecom, segurança e atendimento aos usuários, realizaram o que podemos chamar de a Olimpíada mais digital da história.
Imersão e Personalização
Nas competições, a IoT, como componente das soluções para os jogos, elevou a precisão dos resultados e a capacidade de análise da performance dos atletas a níveis nunca vistos.
Instrumentos on-line de cronometragem capazes de oferecer resultados instantâneos de altíssima precisão, dispositivos de captura de imagem de alto desempenho com capacidade de registrar cerca de 10 mil fotos digitais por segundo, fotocélulas preparadas para detectar padrões corporais dos atletas por meio de feixes de luz ao longo da linha de chegada, sensores preparados para realizar mais de quatro mil medições por segundo nos aparelhos de atletismo e ginástica, dispositivos de escaneamento interno em alvos para aferição da precisão nas provas de tiro, enfim, tudo o que estava relacionado às provas, desde roupas, calçados, aparelhos esportivos inteligentes até monitores e sensores de campo, foi conectado a uma notável infraestrutura de telecomunicações, produzindo e distribuindo um número imenso de dados e informações a serviço dos atletas e suas equipes técnicas – e para o deleite dos fãs do esporte!
Para estes, a experiência imersiva única e personalizada oferecida pelas tecnologias digitais para acompanhar os jogos fez com esta fosse também a primeira Olimpíada verdadeiramente personalizada da história. Centenas de aplicativos temáticos para celulares produzidos para os amantes do esporte disponibilizaram informações personalizadas on-line e real-time, alertando sobre conteúdos e eventos de interesse do usuário em idiomas como português, inglês, coreano, mandarim, japonês, entre outros. Um dos exemplos de destaque foi o uso dos aplicativos de realidade ampliada combinadas a mapas (semelhantes ao Pokémon GO) que permitiu que o usuário visualizasse elementos da realidade virtual combinados com o ambiente.
Era da Conectividade
As mídias sociais também inovaram com um enorme número de recursos dedicados à cobertura das competições, resultados de seus atletas favoritos, programação dos jogos de interesse, enfim, entregaram um conteúdo totalmente personalizado de acordo com os interesses, curiosidades e perfil dos usuários. A cobertura jornalística pelos streams na internet atingiu a quase onipresença no evento,permitindo acesso on-line às provas, compactos, reportagens, entrevistas e comentários das competições. E, pela primeira vez também, os espectadores puderam acompanhar tudo por meio da imersão em RV (Realidade Virtual) e em 3D, com conteúdos diários disponibilizados em 360 graus.
A Rio 2016, como Olimpíada da era Digital, foi realmente empolgante. Ela nos provou as capacidades das tecnologias digitais que,usadas de maneira inovadora, elevam a qualidade e a efetividade da operação, o acesso à informação e são capazes de criar uma experiência única para os usuários.
O futuro do futuro
Fico pensando o que nos reserva a Tóquio 2020… Já se fala em conexão 5G nos estádios, transmissão Super 8k de ultra-alta definição que nos permitirá assistir aos eventos e simultaneamente acompanhar estatísticas dos jogos, tecnologias que nos possibilitarão dar “zoom” em algum som distante e aproximar um local específico, robôs que prestarão assistência ao público e aos esportistas, dispositivos com tradução simultânea, óculos inteligentes, inteligência artificial e por aí segue.
Marcus Leite é Business Solution Architect da Software AG.