Maternidade e carreira: espaço de coworking ajuda mães a encontrarem harmonia
Toda mãe passando pela primeira experiência de maternidade e com filho na primeira infância sente a mesma dor. Voltar ao trabalho após a licença-maternidade e ter que se afastar do seu pequeno.
No entanto, se essa mulher encontra um suporte que lhe permite equilibrar os dois papéis, maternidade e carreira, tudo se organiza de um jeito mais tranquilo.
Essa desafiadora questão, comum a tantas mulheres que trabalham, norteou o bate-papo sobre conciliação de carreira e maternidade que marcou o lançamento do coworking Hugspot, localizado em Pinheiros. As sócias-proprietárias, Júlia Maturana e Daniela Del Nero, a coach de mães empreendedoras, Vanessa Ribeiro, e a comunicadora, palestrante, facilitadora com temas de desenvolvimento humano e liderança de cultura de paz e coach, Andréa Duque, compartilharam suas experiências e ressaltaram a importância das redes de apoio nesse período de transição.
“O importante para a mulher é compreender quem ela é, onde está nesse momento e o que precisa. A partir disso, é possível buscar saídas para atender às suas necessidades e poder caminhar. É tudo junto, mas pode ser tranquilo”, encorajou Júlia, mãe do Eduardo, 13 anos, e do Pedro, 1 ano.
“A gente não pode negar. Não é fácil”, desabafou Andréa Duque, mãe de Matheus, 13 anos. Profissional requisitada para apresentar eventos, ela levava uma cuidadora para olhar o filho e o amamentava nos coffee breaks. “Muitas angústias e dúvidas emergem nesse momento. No meu caso, ajudou muito manter a calma e compreender que a cada passo a vida iria se apresentar e eu daria conta do que viesse”, lembrou.
Levou um tempo para a sócia-proprietária do Hugspot, Daniela Del Nero, compreender que não tinha que ser uma mãe e profissional perfeita. Devido ao emprego numa multinacional, ela não pôde acompanhar de perto o primeiro ano e meio da filha Pietra, 6 anos. Por isso, optou por reformular sua relação com o trabalho e, dessa forma, ficar mais livre para a maternidade. “Vi que era possível não ter que segurar todos os pratos. A gente pode ter vida social, saúde, além de trabalhar e curtir a família”, afirmou.
Para que as mulheres com filhos pequenos consigam equilibrar suas rotinas, muitas vezes, é inevitável ter que desapegar de um modelo de vida conhecido e estruturado, mas que está gerando estresse e sobrecarga, e apostar num empreendimento próprio, numa nova rota.
Essa reformulação é outro desafio, como contou a coach de mães empreendedoras, Vanessa Ribeiro, mãe da Gabi, 11 anos, e dos gêmeos, Daniel e Renato, 4 anos. Segundo ela, que, após a chegada da duplinha, sentiu que era hora de se reinventar, muitas mulheres deixam de empreender por medo de fracassarem ou por não confiarem nelas mesmas. “Empoderar a mulher significa trazer à tona a força interna para que ela possa fazer a escolha dela, de acordo com seus desejos, valores e potencias, valendo-se da rede de apoio de que dispõe, sem se deixar influenciar pelas cobranças e pressões externas”, definiu a especialista.
E nada como a troca de histórias e experiências para as mulheres se fortalecerem lado a lado, uma apoiando o processo da outra. “Nosso propósito é fazer esses empreendimentos darem certo. Queremos que as frequentadoras do Hugspot alcancem o sucesso e cresçam juntas no convívio do coworking, compartilhando suas vivências”, enfatizou Júlia.