Rentabilidade negativa da poupança empurra classe média para Tesouro Direto e Bolsa
Com rendimento superior, modalidades registram recorde de investidores. Só a BOVESPA registrou perto de 560 mil pessoas físicas.
Nem o confisco de Fernando Collor, há 26 anos, foi o suficiente para tirar do brasileiro a preferência pela poupança – modalidade de investimento estável, mas de baixo rendimento. No entanto, com a facilidade de operar pela internet, uma nova geração tem se interessado por aplicações que em décadas anteriores pareciam restritas. No topo da lista, a Bolsa de Valores, que de 2005 para 2015 viu o número de pessoas físicas investidoras na Bolsa de São Paulo ir de 85 mil para 560 mil, crescimento de quase 550%, e os Títulos do Tesouro Direto, que ganham dezenas de milhares de adeptos a cada mês.
Na última década, o volume negociado na bolsa em São Paulo aumentou 273 vezes, de R$ 259 milhões para R$ 7,3 bilhões. “Sem dúvida, para quem quer fazer seu dinheiro render, a estrela é a Bolsa de Valores”, diz Marcio Placedino, especialista da Toro Radar, consultoria de investimento e educação sobre Bolsa de Valores com foco na atuação online. O IBOVESPA, índice que mede o rendimento da BM&FBovespa, acumulou crescimento real de 16% e nominal de 20,7% de janeiro a junho deste ano. A Bolsa de São Paulo, décima terceira maior do mundo, movimentou pouco mais de R$ 882 bilhões no semestre.
Em contrapartida, a poupança amargou um saldo negativo de R$ 2,4 bilhões no ano passado, com um rendimento anual negativo de 2,34%, o menor em 20 anos. No primeiro semestre desse ano, descontada a inflação do período, a modalidade trouxe prejuízo de 0,01% aos poupadores. Para o especialista, muitos ainda se prendem aos juros nominais – de 4,04% de janeiro a junho para a poupança – sem considerar que é necessário subtrair a inflação acumulada (4,07%) para se ter uma noção da rentabilidade real do investimento.
“Na prática, a poupança sucateia o capital aplicado”, afirma Placedino, que chama atenção para os investimentos em títulos diretos do tesouro, com solidez semelhante a essa modalidade e rendimento muito mais expressivo. Em março deste ano foram mais de 30.000 participantes, um recorde positivo. Ao todo, os títulos ofereceram rentabilidade real de 5,1% na primeira metade do ano.
Perspectiva de crescimento
Mesmo com o aumento significativo de investidores na Bolsa nos últimos anos, a modalidade ainda é pouco explorada pela maioria do público e apresenta grande potencial de crescimento, avalia o especialista da Toro Radar. “A maioria das pessoas ainda acredita que a Bolsa é aquele lugar que vemos em filmes, repleto de corretores gritando, e o processo acaba parecendo mais complicado e arriscado do que realmente é”.
A realidade, segundo Placedino, é muito mais simples. “Com um clique é possível comprar e vender ações. Além disso, não é preciso ter milhões de Reais, pelo contrário, a modalidade é receptiva a perfis diferentes, com objetivos e estratégias diferentes”, explica. Para quem está começando, há facilitadores: a Toro Radar, por exemplo, oferece dicas de momentos indicados para vender ou comprar determinadas ações, além de análises sobre o ‘humor’ do mercado de valores.
“Mas, a julgar pelos últimos anos, o futuro é animador. Temos visto muito mais jovens e mulheres se interessarem pela Bolsa de Valores. Quando se considera o poder que esse novo perfil de investidores tem sobre as variações das ações, dá até para prever que isso pode ter um impacto positivo no desenvolvimento de alguns setores da economia nacional”, completa Placedino.
Sobre a Toro Radar
Consultoria de investimentos especializada em suporte online para operações na Bolsa de Valores. A Toro Radar se baseia nos princípios da independência, objetividade e facilidade para tornar a experiência de investimento no mercado de capitais acessível a pessoas de perfis variados.