No futuro, robôs destruirão postos de trabalho. Destruirão mesmo?

Até 2021, só 6% dos postos de trabalho serão substituídos pelos sistemas inteligentes, projeta empresa de análise tecnológica.


 

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Os avanços da tecnologia na compreensão do comportamento humano e na tomada decisões complexas adicionarão uma competição extra no mercado de trabalho. Em apenas cinco anos, sistemas de inteligência artificial (IA) e robôs roubarão 6% dos empregos nos Estados Unidos. A projeção vem de um estudo recente divulgado pela Forrester Research, afirmando que até 2021, sistemas inteligentes – como máquinas autônomas, assistentes virtuais, softwares cognitivos, chatbots – abocanharão diversas posições hoje ocupada por humanos.

A consultoria cita que o impacto será maior em posições de atendimento ao cliente. Porém, em 10 anos, as máquinas também serão capazes de desempenhar tarefas mais complexas, como dirigir um caminhão ou taxi.

“Agentes inteligentes estão surgindo, mas sua ampla adoção ainda não chegou”, avalia o relatório da Forrester. “À medida que mais elementos cognitivos começarem a ser adicionados às rotinas, a capacidade se expandirá e novos casos de uso aparecerão”, completa.

A consultoria também salienta que, até 2021, a IA passará por um momento intenso de evolução, com uma expansão significativa frente ao que é possível vislumbrar a partir do uso do conceito nos dias de hoje.

Uma visão otimista

Para a consultoria Moor Insights & Strategy,  a estimativa da Forrester ainda parece um pouco alta. Seus analistas esperam que o número de postos de trabalho perdidos para robôs e sistemas inteligentes fica mais próximos de 3% a 4%, até 2021. A maioria dos postos perdidos seria na área de transportes, como taxistas, motoristas de limusines, motoristas de caminhão [cujos empregos são] substituídos por veículos autônomos. E em postos de trabalho onde as pessoas estão verificando em coisas, como inspetores de oleodutos.

Na opinião da consultoria, os sistemas inteligentes terão impacto primeiro em atividades pontuais, mecânicas, repetitivas, na qual é mais fácil ensinar as máquinas a resolver as coisas de forma eficiente e rápida. Mas vai levar um longo tempo para desenvolver e treinar as máquinas a lidarem com “qualquer coisa” e fazerem as escolhas certas. A criatividade é inteligência mais difícil de imitar.  Haverá sempre situações complicadas difíceis de pré-programa. Será preciso descobrir os algoritmos ou técnicas para treinar máquinas a reagir corretamente nessas situações.

Ainda assim, a melhora em temas como aprendizado de máquina e processamento em linguagem natural levarão a cenários complexos. Especialmente no que diz respeito a redução de salário.  É sabido que em economias de mercado, a automação crescente nem sempre elimina postos de trabalho imediatamente, mas faz diminuir o salário oferecido para realizá-los.

Não é o fim do mundo

O cenário apocalíptico sobre o avanço das máquinas inteligentes não representa o fim do mundo. Não é algo tão ruim quanto pode parecer à primeira vista. Mas impõe desafios, sobretudo no que diz respeito ao treinamento da força de trabalho. Haverá postos de trabalho suficientes para empregar trabalhadores pouco qualificados?

Em artigo recente, Jeff Selingo, autor do best-seller “Há vida depois da faculdade”, afirma que a pergunta para a qual os candidatos à presidência dos Estados Unidos deveriam procurar responder, desde já, é que tipo de educação será necessária para ficar à frente da automação.

Em janeiro, o Fórum Econômico Mundial alertou que as tecnologias como inteligência artificial e machine learning poderiam acarretar o fim de mais de 7 milhões de postos de trabalho dentro de poucos anos. Por outro lado, segundo o estudo apresentado no encontro de líderes mundiais que a entidade promove, as modernas tecnologias trariam uma adição de 2 milhões de novos trabalhadores em campos relacionados à matemática, engenharia e ciências da computação.

“Temos uma nova geração de tecnologias e precisamos trabalhar com elas se quisermos ser mais produtivos e efetivos”, avaliou Tom Davenport, coautor do livro “Only Humans Need Apply: Winners and Losers in the Age of Smart Machines“, focado na questão. “Acho que, na maioria das vezes, trabalharemos como colegas dessas máquinas”, disse.

Esta notícia foi publicada originalmente na CIO.

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